_Bruno!
(POV Viviana)
Acordei lembrando de tudo desde o acidente de
carro. Eu havia dormido ao volante e bati em um caminhão. Parecia um pesadelo.
Na mesma hora coloquei a mão em meu ventre preocupada com meu filho, constatei
que ele ainda estava ali. Naquele momento soube que ele era o meu milagre.
Não tinha ideia de quanto tempo estava ali, mas me
lembrava de muita coisa. Dos choros de Bruno das cartas que ele leu, das
visitas, em especial a dos meus filhos. Suspirei alto e resolvi abrir os olhos
e observei tudo à minha volta, sorri ao ver os pássaros de origami ao lado da
minha cama. Ao ver Bruno dormindo o chamei, mas minha voz falhou. O chamei
novamente e a voz sou como um sussurro.
Viviana: _Bruno!
Ele abriu os olhos lentamente e ficou procurando quem
o chamava. Quando seus olhos pousaram em mim um lindo sorriso se abriu em seus
lábios e seus olhos marejaram. Logo ele estava ao meu lado me abraçado
cuidadosamente.
Bruno: _Você não imagina como estou feliz.
Viviana: _Imagino sim... Obrigada por tudo!
Sorri sinceramente e nos beijamos. O beijo tinha
urgência, nossas bocas se encaixavam perfeitamente, nossas línguas dançavam
sensualmente. Nos separamos e ficamos conversando.
Viviana: _Amor, já sei o nome do nosso filho.
Bruno: _Qual? (Perguntou curiosamente)
Viviana: _Noah!
Bruno: _E por que esse nome?
Viviana: _Noah é Noé em algum idioma que não lembro
qual. E esse bebê é meu milagre, e a história de Noé foi um milagre.
Bruno: _É nosso guerreiro. Nossos filhos passaram
por muitas coisas, mesmo antes de nascer, e tá se repetindo com o Noah.
Viviana: _Noah... (Repetindo ouvindo a sonoridade)
Bruno: _Vou chamar a enfermeira e já volto.
Bruno saiu do quarto e eu fiquei olhando tudo a
minha volta. Tentei me levantar para ir ao banheiro e só então notei a sonda em
minha veia. Suspirei pesadamente e esperei que Bruno chegasse com a enfermeira,
o que não demorou a acontecer.
A enfermeira me cumprimentou por eu ter acordado e
falou da dedicação de Bruno que todos os dias ia me visitar. Sorri ao constatar
que Bruno realmente me amava. Horas depois de eu ter acordado minha família
toda estava lá, ao ver meus filhos me emocionei, chorei ao abraça-los.
Viviana: _A mamãe tava com saudade de vocês. Eu amo
vocês.
Ryan: _Eu te amo!
Zoeh: _Senti sua falta.
Viviana: _Bruno, daqui a dois dias é seu
aniversário. Precisamos comemorar...
Regina: _Você mal acordou de um coma e tá pensando
em festa?
Leandro: _Você precisa descansar...
Miguel: _Além de tudo você está grávida. Tá quase
ganhando o bebê...
Viviana: _Noah, o nome dele é Noah.
Franco: _Você que escolheu esse nome né?
Viviana: _Foi.
Luciana: _Engraçado que dos três filhos foi você
que escolheu.
Patrícia: _Mas ele aceitou, tanto é que nunca se
pronunciou contra os nomes que ela escolheu.
Bruno: _Eu só ajudei a fazer, mas quem carregou as
crianças por meses na barriga foi ela. Nada mais justo que ela escolher.
Viviana: _Me casei com o cara certo.
Beijei os lábios de Bruno brevemente.
Na manhã seguinte voltei pra casa. Me senti feliz
ao colocar os pés em casa, Camila ao me ver abriu um enorme sorriso e disse que
eu devia descansar, falou para que eu fosse para meu quarto e logo ela levaria
um lanche para mim. Minutos depois ela foi até lá com um verdadeiro banquete,
Ryan, Zoeh e Bruno a acompanharam. Eles colocaram as tudo na mesa do quarto e
nós fomos lanchar.
A tarde me sentei na área da piscina, queria
aproveitar o sol, mas do que o sol, queria sentir a natureza. Estava com a
parte de cima do biquíni, aproveitei para me bronzear. Fiquei pensando em
várias coisas, em como eu havia mudado, no acidente e cheguei à conclusão que
minha vida era melhor do que eu imaginava que um dia seria. Casada com o homem
que sempre amei, com dois filhos inteligentes e com mais um a caminho, o amor em
nossa família era recíproco.
Relaxei meu corpo sobre o gramado, me estiquei a
fim de absorver os raios solares, porém senti algumas gotas ralas me molharem.
Tirei o braço do rosto, que tapava parcialmente minha visão, e constatei que
mesmo com a chuva fina o sol se mantinha firme. Sorri lembrando das vezes que
eu ficava admirando o “casamento de espanhol”, chuva e sol, quando eu era
criança. Desfrutei os raios de sol junto com as gotas de chuva. Tirei meu short
e entrei na piscina.
Senti mãos firmes abraçarem minha cintura, ao olhar
pra trás encontrei o olhar de Bruno que sorria para mim. O beijei calmamente e
ficamos conversando.
Bruno: _Tava te observando lá de dentro.
Viviana: _Me espionando? (Fingi indignação)
Cont...
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