sábado, 31 de agosto de 2013

Cap. 190

Bruno: _Eu não tava junto com ela. (Falei pesadamente) Havia ido ao estúdio e ela estava sozinha com a Camila que disse que ela saiu, provavelmente, enquanto ela dormia porque tava passando mal.
Luciana: _A Camila não teve culpa. Como tá todo mundo?
Bruno: _A Zoeh e o Ryan não sabem o que aconteceu, não soube como contar.
Miguel: _Acho melhor. O que disse pra eles?
Bruno: _Que a Vivi viajou e vai ficar dias fora.
Luciana: _É melhor eles saberem depois. Qualquer coisa conte conosco.
Bruno: _Obrigado. (Olhei o relógio) Vou lá no hospital ver a Vivi. Qualquer novidade aviso.
Miguel: _Vamos esperar.
Bruno: _Tá bem.

Me despedi de meu sogro e sua esposa, seguindo para o hospital logo em seguida. Ao chegar no hospital vi fãs na entrada, parei pra conversar com alguns tentando descobrir como eles ficaram sabendo do acidente de Vivi. Alguns fãs me desejavam sorte, outros diziam estar orando e alguns me entregavam cartas e presentes. Fiquei grato a toda demonstração de carinho que recebi ali.
Separei algumas cartas dos fãs e resolvi ler pra Vivi. Entrei no quarto, dei um beijo no rosto dela notando a palidez de sua pele. Respirei fundo antes de ler a carta.

Bruno: _Vivi, hoje quando cheguei aqui vi umas fãs do KLB lá em baixo esperando pra saberem notícias suas. Algumas delas escreveram cartas pra você. Vou ler tá?!

Desdobrei um dos papeis que me foram entregues e comecei a ler as escrituras que haviam nele.

Bruno: _”Meu nome é Luna, tenho 18 anos. Antes, assim que te conheci e soube que você era namorada do Bruno eu tinha ciúme e por isso te odiava, ou achava te odiar, porém com o passar do tempo percebi que você é a mulher que ele ama, é quem faz isso feliz e eu não posso odiar alguém que faz bem à quem amo. E me sinto uma tola por ter te odiado um dia.
Algum tempo atrás fui a um show do KLB e falei com você lá, na época a Zoeh tinha um ano e você estava grávida do Ryan. Você foi um amor comigo. Me desculpe por te julgar sem te conhecer...
... Tô torcendo por sua melhora e orando para que Deus te abençoe, todos queremos te ver brilhando e espalhando alegria por onde passa.
Beijos Luna”

Li mais algumas cartas para Vivi até Renata chegar, ela passaria a noite no hospital ao lado da irmã. Fui para casa com semblante cansado, ao chegar lá, meus filhos notei que meus filhos já dormiam. Conversei um pouco com Camila e fui dormir.
Se passaram três semanas e Vivi permanecia em coma, ela entraria no oitavo mês de gestação no hospital ao que tudo indicava. Sofria a cada vez que entrava no leito do hospital onde ela se encontrava, era tão triste vê-la sem cor, sem vida. Seus olhos tinham enormes olheiras, sua pele estava gélida e seu rosto estava notavelmente mais magro. O médico havia dito que se ela passasse mais tempo no mesmo estado teria que induzi o parto assim que completasse o próximo mês de gestação. Me senti impotente por não poder fazer nada para reverter a situação.
Faltando dois dias para completar um mês desde o acidente decidi que ficaria ao lado dela o tempo todo. Não sairia do hospital até Vivi acordar. Meus filhos estavam com minha sogra que estava na cidade desde a segunda semana de hospitalização de sua filha.
Estava um sol escaldante naquela manhã, pensei o quanto Vivi gostaria de presenciar aquilo, provavelmente aproveitaria na piscina com nossos filhos. Estava passando pela entrada do hospital quando uma fã me chamou. Dei alguns passos pra trás indo em sua direção, a cumprimentei e recebi um abraço caloroso em troca.

Lívia: _Esqueci de me apresentar, meu nome é Lívia. Eu quero saber como a Vivi tá... (Falou timidamente)
Bruno: _Tá no mesmo estado. Seu quadro ainda é grave, porém estável.
Lívia: _Eu realmente sinto muito. Fiz uma coisa pra ela...
Bruno: _O que?

A menina pegou uma caixa dentro da bolsa e a abriu revelando logo em seguida vários pássaros de origami. Sorri minimamente com o gesto.

Lívia: _São tsurus, pássaros de origami. Segundo a lenda quem faz mil deles tem um pedido realizado. Eu pedi a cura da Vivi.
Bruno: _Obrigado pela preocupação. Ela vai gostar muito.
Lívia: _Resolvi trazer pra você porque não faz sentido eu guardar isso se o pedido foi à cura dela.
Bruno: _Você não sabe o quanto isso significa pra gente. O carinho de vocês tem sido reconfortante.
Lívia: _É pra isso que servimos.

A menina me sorriu gentilmente, a abracei e entrei no hospital. Cumprimentei as pessoas que trabalhavam ali e fui direto para o quarto de Vivi.
Dei um beijo no rosto de Vivi e me sentei ao seu lado analisando seu rosto por alguns segundos antes de abrir a caixa com os origamis. Os observei e resolvi pegar um de cada cor, pedi pra um dos funcionários comprarem linha e durex na papelaria próxima dali e fiz um móbile com os tsrus. Pendurei ao lado da cama de Vivi e lhe contei de como eles chegaram ali.

Bruno: _Olha como são lindos. Foi uma fã que te deu, ela disse que se chama tsuru, e que segundo uma lenda, quem faz mil deles tem um pedido, e o pedido dela foi sua recuperação.

Senti a mão de Vivi apertar a minha mão. Corri pra chamar um médico que tentou de todas as formas, porém não obteve resultado. Quando ele saiu do quarto pude ouvir comentar com o enfermeiro “Quer tanto a recuperação da mulher que está imaginando coisas”, sabia que ñ era imaginação, mas não iria discutir.
Vi a porta do quarto se abrir e Renata entrar ali aparentava estar tão cansada quanto eu. Nos cumprimentamos e ficamos conversando a respeito de Vivi.

Renata: _Alguma melhora?
Bruno: _Aparentemente nada. Mas... Esquece.
Renata: _Mas o que? Fala!
Bruno: _Eu senti ela aperar minha mão hoje enquanto conversava com ela. Os médicos não acreditaram, mas eu não iria brincar com isso.
Renata: _Acredito em você!
Bruno: _Não tô aguentando mais ver a minha menina tão sem vida. (Falei desabafando)
Renata: _Ela vai se recuperar, você vai ver.

Sorri em agradecimento a Renata. Ouvi meu telefone tocar e fui atender, vi que era o telefone de minha casa. Atendi normalmente.

Bruno: _Alô.
Camila: _Bruno?!
Bruno: _Oi! Tudo bem?
Camila: _Mais ou menos. A Zoeh tá tendo uma crise de choro.
Bruno: _Por quê?
Camila: _Tá sentindo saudades da Vivi.
Bruno: _Tô indo aí!

Me despedi de Renata e fui para casa o mais rápido que pude. Ao chegar lá fui ao encontro de minha filha que chorava abraçada a um retrato da mãe. Só quando abaixei para ficar de seu tamanho notei que ela usava uma blusa de Vivi. A abracei calmamente deixando que ela chorasse em meu peito, seu choro era sentido e me cortava por dentro. A olhei nos olhos, tentando passar confiança, e perguntei o que acontecia.

Bruno: _Filha. O que aconteceu?
Zoeh: _Me falaram uma coisa feia na escola.
Bruno: _Era sobre a mamãe? (Ela afirmou) O que disseram?
Zoeh: _Que ela tá no hospital. É verdade?
Bruno: _Infelizmente... Sim.
Zoeh: _Por quê?
Bruno: _Ela tá dodói. Bateu o carro e tá dormindo até ficar boa pra voltar pra casa.
Zoeh: _Eu quero ver!
Bruno: _Tudo bem... Cadê seu irmão?
Zoeh: _No quarto dele.
Bruno: _Vai lá chamar ele que a gente vai ver sua mãe.

Cont...

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cap. 189

Bruno: _Alô!
_Alô. É... Você conhece a Viviana Esteves Rezende Scornavacca?
Bruno: _Sim. Somos casados. Por quê?
_Ah sim. Seu número era o último chamado no celular dela, por isso tô te ligando.
Bruno: _Ela tá bem? Deixa eu falar com ela!
_Você pode ir pro Sírio Libanês. Ela sofreu um acidente de carro e estamos a levando pra lá.
Bruno: _Claro. Já tô indo.

Desliguei o telefone sem deixar a enfermeira me responder. Estava preocupado, com medo pelo que ela e meu filho poderiam estar passando, queria saber se eles estavam bem. Eu deixava meu nervosismo transparecer mesmo sem falar uma palavra, Kiko e Leandro se entreolhavam com expressão preocupada em suas faces.

Kiko: _Para de andar de um lado pro outro e conta o que aconteceu?
Bruno: _A Vivi...
Leandro: _O que tem ela?
Bruno: _Sofreu um acidente de carro e tá indo pro hospital. E eu tô indo pra lá.
Kiko: _Que hospital?
Bruno: _Sírio Libanês. Vocês pegam meus filhos na escola?
Leandro: _Claro. Vai lá e manda notícias.
Bruno: _Avisem pra mãe.

Saí de dentro do estúdio andando apressadamente até meu carro, não esperei meus irmãos me responderem. Entrei no carro atordoado com medo do que poderia acontecer, por vezes senti minha visão embaçar devido às lágrimas que se acumulavam em meus olhos. Cheguei ao hospital às cegas não fazia a mínima ideia de como havia chegado lá, mas estava no local planejado.
Fui até um dos balcões de informação e perguntei sobre Vivi, a recepcionista me informou que ela estava no CTI. Senti meu corpo estremecer ao pensar que minha menina estava naquele lugar, provavelmente inconsciente. Me sentei esperando que algum médico fosse me dar informações. Minutos depois vi minha mãe surgir pela porta de entrada, logo ela parou ao meu lado.

Regina: _Como ela está?
Bruno: _No CTI, só sei isso. (Disse fraquejando)
Regina: _Ela logo sai de lá.
Bruno: _Espero que sim... (Sussurrei)

Senti as mãos de minha mãe me envolver, repousei minha cabeça em seu ombro esperando uma notícia. Quando o médico disse procurou pela família de Vivi prontamente nos apresentamos.

Bruno: _Como ela tá? Meu filho tá bem?
_Calma rapaz. Ela está bem, seu quadro é grave, porém estável. E seu filho não sofreu um arranhão, é um menino de ferro (Sorri com a afirmação), porém sua mulher está inconsciente.
Regina: _Podemos vê-la?
_Quarto 308, é a terceira porta do primeiro corredor à esquerda.
Regina: _Obrigada.

Seguimos para o quarto em silêncio, nenhuma palavra era dita e não pretendíamos mudar isso. Ao Entrar vi Vivi com um enorme aparelho respiratório e a outro que media sua frequência cardíaca. Não aguentei ao ver a cena, me sentei ao lado dela a olhando sem ânimo, tive medo do que pudesse acontecer. Minha mãe se afastou da sala dizendo sair para pegar café para nós dois, porém eu percebi que aquilo era pretexto para me deixar ali sozinho.
Me aproximei um pouco mais de Vivi e toquei sua mão que estava gélida. Falei um pouco com ela tentando que ela reagisse.

Bruno: _Ei, que susto. Acorda logo pra me contar o que você tava aprontando... (Suspiro) Por quê você não chamou a Camila pra sair com você? Sabe que não gosto quando você sai sem avisar, você tá grávida, entrando na reta final da gravidez. Sabe, você me assustou muito...

Algumas lágrimas fujonas escaparam de meus olhos, respirei fundo as forçando a pararem e continuei fazendo meu monólogo para que Vivi me ouvisse.

Bruno: _Amor, fala comigo. Não aguento te ver nesse estado, quero poder conversar com você, namorar. Não tem sentido ficar longe de você... (Selei nossos lábios) Te amo.

Comecei a chorar perto do rosto de Vivi quando minha mãe entrou no quarto, ao me ver me afastou gentilmente do leito de minha mulher. Passei mais alguns minutos chorando no ombro de minha mãe até sentir meu corpo relaxar.
Ficamos em um clima estranho, sem conversar, até o médico chegar pedindo para que nos retirássemos. Saí a contragosto, não queria perder um minuto longe de Vivi até que ela acordasse. Fui para casa forçado, ao ver meus filhos vendo televisão acompanhados de Camila senti meus estômago revirar, foi como se uma mão me apertasse por dentro, me faltou folego. Quando Zoeh me perguntou sobre a sua mãe não soube o que responder.

Zoeh: _Cadê a mamãe?
Ryan: _Quero ela!
Bruno: _A mamãe vai ter que passar um tempo longe, mas logo ela volta.
Zoeh: _Ela tá bem?
Bruno: _Ela...  (Suspirei) Ela tá bem, mas talvez não consiga se comunicar com a gente com frequência.
Ryan: _Ela vai demorar?
Bruno: _Não sei... (Falei vacilante) Mas a gente vai cuidar de tudo aqui pra quando ela voltar né?! (Meus filhos afirmaram em uníssono) Então vão se trocar pra dormir.

Meus filhos subiram as escadas em direção aos quartos e eu me sentei no sofá respirando pesadamente. Camila se sentou ao meu lado e me perguntou o que houve.

Camila: _Como isso tudo aconteceu?
Bruno: _Só sei que o carro que ela tava capotou.
Camila: _Meu Deus! (Levou as mãos até a boca)
Bruno: _Camila, me ajuda a cuidar deles... Não vou conseguir sozinho.
Camila: _Claro. Pela Vivi!
Bruno: _Obrigado!

Fui para o meu quarto e me joguei na cama, dormindo em seguida. De madrugada ao levantar para ir ao banheiro notei que meus filhos dormiam ao meu lado, os abracei e voltei a dormir.
Acordei cedo na manhã seguinte, tinha a sensação de que tudo não passava de um pesadelo, porém ao ver que Vivi não estava ao meu lado soube que era verdade. Chorei silenciosamente para não acordar meus filhos que ainda dormiam. Tomei banho e quando voltei ao quarto eles já haviam acordado.
Na noite anterior ao contar para meu sogro o ocorrido ele disse para que eu levasse Zoeh e Ryan, assim fiz depois de dar banho e alimenta-los. Durante o caminho meus filhos cantava no banco de trás do carro, não tinham a mínima noção do que realmente acontecia, e eu não tinha a menor intenção de lhes falar a verdade. Ao chegarmos lá eles foram brincar com Mia e eu fiquei conversando com Miguel e Luciana.

Miguel: _Como tudo aconteceu?

Cont...

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Cap. 188

Enquanto conversávamos Zoeh passou por nós com uma boneca na mão, ao ver Kiko ela se envergonhou, ele por sua vez a chamou.

Kiko: _Zoeh!
Zoeh: _Oi! (Disse timidamente)
Viviana: _Kiko, ela tem algo pra te contar!
Kiko: _O quê princesa?
Zoeh: _Nada!
Viviana: _Conta pra ele amor! (Sorri sarcasticamente) BRUNOOO...
Bruno: _Chamou? (Disse entrando na cozinha)
Viviana: _Sim. Fica aqui que o papo vai ser bom! (Sussurrei e selei nossos lábios)
Kiko: _Conta pro tio.

Zoeh se sentou no colo de Kiko, colocou sua boneca na mesa. Ela pareceu pensar, como se procurasse as palavras certas pra falar.

Kiko: _Então...
Zoeh: _Hoje eu fui ver se o Johnny tava lá no seu quarto. Quando eu entrei vi a dindinha sentada no seu colo do.
Kiko: _Como? (Pareceu confuso)
Bruno: _É, explica direito pra ele. (Riu) O que eles tavam fazendo?
Zoeh: _Não sei, mas os dois tavam sem roupa. E a tia pulava fazendo umas caretas. Ah... E os dois também faziam um barulho estranho com a boca, pareciam dois cachorros. (Fez cara confusa)
Kiko: _Meu Deus.

Kiko pareceu atordoado e constrangido com o que minha filha acabava de conta. Eu e Bruno ríamos dos dois que pareciam desconfortáveis com a situação.

Zoeh: _Tio, o que vocês estavam fazendo?
Bruno: _É tio! (Falou o desafiando)
Kiko: _A gente tava... Tava... Já sei! A gente tava brincando de carrossel.
Viviana: _Carrossel? (Me espantei com a criatividade)
Kiko: _É! Tem alguma ideia melhor?
Viviana: _Não, a sua tá boa!
Zoeh: _Vocês são estranhos.

Zoeh saiu do colo de Kiko como se nada tivesse acontecido, ele respirou aliviado. Bruno e eu rimos não contendo a gargalhada, o que fez Kiko bufar.

Kiko: _Vocês poderiam ter me ajudado.
Bruno: _Que fez a coisa toda foi você!
Kiko: _Mas o pai é você.
Bruno: _E você é o padrinho!
Kiko: _Aff...
Viviana: _Da próxima vez tranca a porta.

Dei dois tapinhas nas costas de meu cunhado e saí da cozinha.
Entrei no quarto prendendo os cabelos e ligando a televisão, deixei em algum canal que passava algum show. Andava de um lado para o outro do quarto enquanto separava roupas para a virada de ano. Ao passar em frente ao espelho vi minha barriga levemente aguda, levantei a blusa e fiquei olhando meu ventre alargado ao mesmo tempo que o alisava. A sensação de plenitude me preenchia naquele momento. Conversei com minha barriga por alguns minutos sentindo meu filho se mexer, chutava e eu sorria boba.
Chamei meus filhos e os arrumei, os dois estavam lindo, eu brincava com eles cantando e fazendo coisas engraçadas. Quando terminei de arruma-los dei um beijo na testa de cada um e fui para o banheiro. Entrei no banho e instantaneamente comecei a cantar, ao sair do banho dei de cara com Bruno me olhando sorridentemente. Levei um susto e logo depois sorri aliviada.

Viviana: _Você podia avisar quando entrar.
Bruno: _Te pegar de surpresa é sempre melhor!
Viviana: _Bobo. Deixa eu me vestir. Vai, saí daqui.

Empurrei Bruno pra fora do banheiro e fiquei rindo. Me vesti calmamente e voltei ao quarto, o olhar de Bruno pesou sobre minha barriga à mostra. Era um olhar enigmático, não soube decifrar o que ele quis dizer.

Viviana: _Que foi?
Bruno: _Nada... (Balançou a cabeça) Só tô admirando como você está linda.
Viviana: _Obrigada! (Falei corando)
Bruno: _Vamos lá pra fora.

Bruno segurou minha mão e começou a andar me puxando.
A noite foi tão animada como qualquer uma ao lado dos meus amigos. Todos estavam lá, sem exceção de nenhum. Dançamos, comemos e eu vez ou outra era pega por alguém enquanto eu cochilava. Tiramos fotos alegremente, sorríamos com qualquer bobagem, o que rendia fotos espontâneas.
Bruno se sentou ao meu lado beijando calmamente minha face, sorri abobada o observando se sentar de frente pra mim, apoiei minha mãe em seu colo e fiquei o olhando nos olhos enquanto cantava mentalmente as músicas românticas que tocavam.

Bruno: _Vamos ficar lá fora com todo mundo.
Viviana: _Tô cansada!
Bruno: _De que?
Viviana: _Tudo... Efeitos da gravidez. (Sorri timidamente)
Bruno: _Vem logo.

Bruno me pegou no colo me fazendo gargalhar abertamente com seu ato. Fomos até o lado externo da casa, onde todos estavam, nos sentamos em um dos bancos. Dei um leve tapa no ombro de Bruno que fez uma pequena reverencia  quando me colocou na cadeira.

Bruno: _Pronto, majestade!
Viviana: Majestade? (Perguntei com uma das sobrancelhas levantadas)
Bruno: _Sim. Minha majestade.
Viviana: _ Isso quer dizer que sou sua princesa, né?
Bruno: _Não, você é minha rainha. Já disse isso.
Viviana: _É que eu prefiro ser princesa.
Bruno: _Mas princesa é a nossa filha.

Sorri apaixonadamente selando nossos lábios em seguida.
A noite foi tão festiva como era de se esperar, eu dançava animadamente sendo parada por vezes pelas pessoas presentes que diziam que eu não deveria ficar rodando, pulando, me agitando tanto por causa da gravidez.
Minutos antes da virada de ano todos nos reunimos, uns faziam suas preces mudas, outros gritavam aos quatro cantos tudo que desejava para o próximo ano. Quando os fogos começaram a romper os céus começos a nos cumprimentar calorosamente, o primeiro e o último que me cumprimentou foi meu marido. Os casais trocavam beijos apaixonados vendo as caras de tédio que as crianças faziam.
Fomos dormir depois que os primeiros raios de sol surgiram no céu o tingindo num tom avermelhado mesclado com um azul sutil.
Quando entrei no sétimo mês de gestação estava me sentindo gorda e incrivelmente cansada. Após uma tarde inteira dentro de casa, apenas com Camila me fazendo companhia, já estava me sentindo entediada, precisava sair pra fazer algo. Resolvi ir até a casa de meu pai, quando fui chamar Camila para me acompanhar vi que ela estava dormindo, decidi ir sozinha.
Peguei minha bolsa, as chaves do carro e saí de casa, antes deixei um bilhete avisando que havia saído. Durante o trajeto liguei o rádio e fiquei cantando animadamente, soltava as frases pelos pulmões de forma quase libertadora, sorria sentindo o vento soprar contra meu rosto balançando meu cabelo graciosamente. Em questão de segundos um som estridente invadiu meus ouvidos e minha vista escureceu.

(POV Bruno) Vivi estava no sétimo mês depois de gestação, estávamos extremamente feliz com a proximidade do parto.
Estava no estúdio produzindo um CD com meus irmão quando meu celular tocou. Era o número de Vivi porém quem falava comigo não era ela.

Cont...

sábado, 24 de agosto de 2013

Cap. 187

Viviana: Cadê?
Bruno: _Confia em mim? (Afirmei com a cabeça) Então vem.

Bruno tirou um lenço de seu bolso e vendou meus olhos. Fomos até a parte da frente da casa caminhando lentamente, para que eu não tropeçasse. Senti Bruno me parar colocando as mãos nos meus ombros e mandando eu tirar a venda logo em seguida.

Bruno: _Tira a venda!
Viviana: _Tá bem. (Tirei a venda) RENATA!
Renata: _Vivi!

Abracei minha irmã com vontade, ficamos dois anos sem nos ver e nos reencontrarmos em uma data tão especial quanto o natal foi mágico. Voltamos pra parte de trás da casa, onde todos estavam, conversando animadamente.

Viviana: _Cadê o cunhado?
Renata: _Tá estacionando o carro. Mas conta do meu sobrinho.
Viviana: _Tá bem, hoje ele chutou. Tá crescendo saudável pra alegria de todos.
Renata: _E qual é o nome?
Viviana: _Ainda não decidimos. Mas vai ser um nome curto como dos irmãos.
Carlos: _Oi Vivi!

Meu cunhado me cumprimentou se acercando de Renata e a abraçando. Nos sentamos em um dos bancos próximos a piscina.
Os homens conversavam exaltadamente falando num tom alto, as crianças brincavam pelo quintal com tudo que viam e as mulheres se dividiam entre conversas e as crianças. Estava me sentindo feliz com minha família ali, era incrível a felicidade que todos emanavam ali. Sensações e vibrações boas emanavam ali, por dentro meu peito parecia gritar de felicidade. Nossa comemoração estava sendo repleta de alegria.
Pouco antes da ceia Regina fez uma oração agradecendo por todas as bênçãos alcançadas durante o ano, pelas nossas realizações e pelo novo membro da família, meu filho que estava por vir. Comemos muito bem aquela noite, eu comi desesperadamente devido ao apetite que a gestação estava me causando.
Me sentei na varanda com meus filhos me rodeando, pude julgar pela forma como falavam e coçavam os olhos que o sono havia chegado neles. Fui com eles até o corredor dos quartos, meus sobrinhos e irmã me seguiam. Entrei com eles no quarto de Ryan, arrumei alguns colchonetes no chão, fiz com que todos escovassem os dentes e trocassem de roupa. Saí do quarto deixando eles brincando ali.
Voltei à área externa da casa vendo algumas pessoas levemente alteradas devido ao efeito da bebida, riam e falavam alto, mas todos com sorrisos em seus rostos. Estava caminhando até um dos bancos quando fui abraçada pro Bruno, me virei pra ele sorrindo.

Viviana: _Oi amor!
Bruno: _Levou as crianças pro quarto?
Viviana: _Levei. Deixei eles brincando, logo eles dormem.
Bruno: _Que assim seja. (Beijou meu rosto) Nossos pais já foram dormir, só sobrou a gente.

Olhei a minha volta e vi que somente meus cunhados com suas esposas e minha irmã com o marido estavam ali. Me aproximei deles com Bruno e conversamos até o sono vir nos incomodar. Fomos para nossos quartos e dormimos tranquilamente.
No meio da noite acordei com falta de ar, tentei não me desesperar, mas conforme eu tentava puxar mais ar pros pulmões menos eu conseguia. Quando eu já não aguentava mais essa sensação acordei Bruno o balançando na cama. Ele abriu os olhos lentamente e me olhou confuso, tentei dizer o que sentia e ao ver que não conseguia chorei o fazendo se preocupar.

Bruno: _Amor você tá bem?
Viviana: _Não! (Sussurrei)
Bruno: _O que você tá sentindo?
Viviana: _Falta... De... Ar...
Bruno: _Vem comigo.

Bruno se levantou e foi caminhando lentamente pra acompanhar meu ritmo, fomos até o terraço. Nos sentamos em na rede, senti suas mãos enlaçarem minha cintura, repousei minha cabeça em seu ombro sentindo minha respiração normalizar. Ficamos parados até minha respiração ficar totalmente normalizada, quando eu já não tinha mais falta de ar Bruno me questionou sobre o acontecido.

Bruno: _Agora conta porque você tava sem ar?
Viviana: _Não sei. Só sei que acordei sentindo falta de ar.
Bruno: _Do nada, sem nenhum motivo aparente?
Viviana: _É!
Bruno: _Estranho isso.
Viviana: _Foi como se eu tivesse engasgado. Deve ser algo relativo à gravidez.
Bruno: _O importante é que passou e você tá melhor. (Beijou minha testa) Vamos entrar.
Viviana: _Vamos.

Nos levantamos e voltamos ao nosso quarto.
Dia 31 de dezembro fomos para o litoral paulista passar a virada de ano. Alugamos uma cobertura, demasiadamente grande para ficarmos junto com a família. Enquanto eu arrumava algumas coisas dos meus filhos vi Zoeh entrar no quarto com expressão curiosa em seu rosto e sentar na cama em seguida. Quis rir da cara que ela fazia, mas preferi segurar o riso e esperar ela falar algo. Como eu havia previsto minutos depois ela começou a me encher de perguntas.

Zoeh: _Mamãe!
Viviana: _Oi meu anjo.
Zoeh _Você e o papai se amam?
Viviana: _Muito. Por que?
Zoeh: _Vocês se casaram por isso né?
Viviana: _Foi. (Me sentei ao lado dela na cama)
Zoeh: _Vocês namoram?
Viviana: _Quando a gente tá sozinho sim. Mas porque esse monte de perguntas? O que você realmente quer saber?
Zoeh: _É que eu fui agora no quarto do tio...
Viviana: _Que tio?
Zoeh: _Tio Kiko.
Viviana: _Ah...
Zoeh: _Eu fui ver se o Johnny tava lá. Aí quando eu entrei no quarto vi a dindinha sentada no colo do dindo.
Viviana: _Você também já me viu sentada no colo do seu pai. O que isso tem demais?
Zoeh: _É que... (Ela pensou antes de falar) A dinda tava sem roupa, e o dindo também.
Viviana: _Me explica isso direito.
Zoeh: _Ela tava no colo dele sem roupa, tava pulando e fazendo uns sons estranhos com a boca. Pareciam dois cachorros.
Viviana: _Ai meu Deus! (Abri a boca em surpresa)
Zoeh: _O que eles tavam fazendo?
Viviana: _Nada amor. A sua tia devia estar passando mal.
Zoeh: _Então o tio também tava, ele tava fazendo umas caretas estranhas, assim ó... (Ela fez  uma careta)
Viviana: _Depois pergunta pra eles o que eles tavam fazendo.
Zoeh: _Tá. Vou brincar com a Maya e a Kiara.
Viviana: _Tá bem.

Minha filha saiu do quarto e minutos depois Bruno entrou, contei pra ele tudo que eu acabava de ouvir e ele começou a rir achando graça da situação.
Já estava anoitecendo e eu resolvi preparar um lanche pra mim e pros demais. Estava na cozinha preparando sanduíches e sucos quando ouvi Kiko falar algo que não entendi. Não dei importância, mas logo estávamos conversando.

Cont...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Cap. 186

Tiramos mais fotos em diferentes partes da casa. Terminamos na minha sala de ensaio, havíamos tirado fotos na sala de ensaio de Bruno minutos antes. Antes de tirarmos fotos lá eu troquei de roupa. Enquanto terminavam de ajeitar os equipamentos eu me observava nos espelhos da sala, o top curto permitia que eu observasse meu ventre levemente dilatado e arredondado. Senti as mãos de Bruno envolverem minha cintura, o olhei através do espelho e sorri para ele que sorriu de volta e depositou um beijo em meu rosto. Comentei sobre meu look com as pessoas presentes.

Viviana: _Agora sim. Não tem como ficar sem salto ao lado do Bruno, me sinto uma anã!
Regina: _Sem exageros Vivi. Você é poucos centímetros menor que ele.

Nos posicionamos para tirar mais fotos, nossos sorrisos eram grandes, grandes o suficiente para que todos percebessem o quanto nos amávamos. Tiramos mais fotos e continuamos a responder as perguntas que nos eram feitas. Queriam saber a reação de nossos filhos ao saberem que ganhariam um irmão e as nossas reações quando descobrimos que seríamos pai novamente.

Bruno: _A reação da Vivi foi um pouco apática. A ficha dela não havia caído, era como se ela estivesse dispersa do que realmente acontecia. Foi engraçado.
Viviana: _Foi exatamente isso. Eu não tinha sintomas nem nenhum indício de gravidez, e como eu tomava pílula eu realmente ficava sem menstruar.
Bruno: _Eu já havia percebido, pois ela estava mais gordinha e com um apetite de fazer inveja a qualquer um.
Viviana: _Eu realmente não havia percebido. O Bruno quando viu o teste confirmando que teríamos mais um filho ficou extasiado. Nossos filhos então, eles sim fizeram uma verdadeira festa.

No final do dia terminamos a entrevista e a sessão de fotos. Aproveitamos as horas restantes ao lado de nossos filhos.
Quando entrei no quinto mês de gestação comecei a ter limitações devido ao peso e ao tamanho de minha barriga. Era natal e todos iriam se reunir em nossa casa, eu estava arrumando a casa com ajuda de minha tia, enquanto minha mãe e minha sogra preparavam comidas na cozinha. Meu pai havia acabado de chegar com minha madrasta e irmã, logo ele se juntou ao meu padrasto e sogro no lado de fora da casa. As crianças brincavam pelo quintal sendo supervisionadas pelos adultos que estavam ali, me aproximei da porta vendo as crianças e imaginei o bebê que eu carregava dentro de mim correndo ali também.
Entrei na cozinha seguindo o cheiro que saia de lá, não sabia o que estava sendo preparado, mas o aroma era delicioso. Parei em frente ao fogão e vi que Regina preparava algum doce que não identifiquei, me aproximei sentindo minha boca salivar de desejo. Não resisti e coloquei meu dedo na calda que estava sendo preparada, na hora que meu dedo iria encostar no doce meu braço foi puxado por minha sogra.

Regina: _Tá doida? Esse negócio tá quente!
Viviana: _Mas eu quero! (Fez bico como uma criança)
Regina: _Não dá pra esperar?
Viviana: _Não. Tô com desejo!
Regina: _Vou dar um jeito. Mas sei de perto desse fogão.

Me sentei em um dos bancos da bancada, observando Regina servir o doce. Comia o doce como se minha vida dependesse daquilo, comia compulsiva e desesperadamente. Minha sogra e minha mãe me olhavam e sorriam, pareciam tão satisfeita quanto eu. Ainda com a boca cheia perguntei que doce era aquele.

Viviana: _Tia que doce é esse?
Regina: _Strufoli, é um doce italiano.
Viviana: _Tá muito bom.
Luma: _E se você continuar comendo assim, além de não sobrar nada, vai te dar dor de barriga.
Viviana: _Vou terminar aqui e vou tomar banho.
Regina: _Termina, mas come com calma.

Terminei de comer e fui para o quarto, separei algumas roupas pra mim e pra Bruno as coloquei em cima da cama, me sentando junto. Aos poucos fui recostando na cama, quando dei por mim já estava deitada e dormindo. Durante esses meses de gestação eu estava dormindo serenamente, porém fora dos horários. Enquanto dormia o vento que entrava pela janela soprava em meu rosto e brincava com meus cabelos, senti frio, mas não acordei, somente meu subconsciente se deu conta dessa sensação térmica.
Acordei sem ter noção do quanto eu havia dormido, senti os lábios gélidos de Bruno encostar em minha face dando um leve beijo para me despertar. A princípio relutei em despertar e abrir os olhos, mas com a insistência de meu marido acordei sorrindo como uma boba.

Viviana: _Oi amor!
Bruno: _Dormiu pra caramba. Juro que invejei a cama.
Viviana: _Por quê?
Bruno: _Porque seu corpo foi dela durante esse tempo!
Viviana: _Seu bobo! (Dei um leve tapa em seu ombro) Tá todo mundo aí?
Bruno: _Uhum. As crianças resolveram dormir, as meninas estão no quarto da Zoeh, Johnny e Ryan no quarto dele.
Viviana: _Vou tomar banho. (Selei nossos lábios) Vem comigo?
Bruno: _Ôpa! (Falou entusiasmado)
Viviana: _Mas é só banho! (O Adverti)
Bruno: _Você corta o meu barato desse jeito!
Viviana: _Vem logo e não reclama.

Peguei as mãos de Bruno e fomos até o banheiro, era incrível como momento como aqueles me deixavam feliz. Trocávamos energias no contato entre nossas peles, nos olhares e nos beijos... Esses eram os melhores. Namoramos por longo período em baixo do chuveiro, trocamos carícias, beijos ali perdendo noção da hora.
Me arrumei calmamente no quarto, enquanto eu descia a barra da minha blusa senti meu filho me chutar por dentro. Era a primeira vez que ele se manifestava, me senti tão feliz, tão completa e realizada. Chamei Bruno, que ainda estava no banheiro, para presenciar aquele momento tão mágico e único junto comigo.

Viviana: _AMOR! Corre aqui!
Bruno: _O que foi? (Falou assustado)
Viviana: _O bebê tá mexendo. (Encostei as mãos de Bruno em meu ventre) Sente!

Bruno me olhou emocionadamente deu um beijo carinhoso onde antes suas mãos repousavam, ele conversava com a barriga como empolgadamente me arrancando gargalhadas sinceras e gostosas.

Bruno: _Filhão, acho que sua mãe tá achando graça disso tudo.
Viviana: _Mas eu amo vocês dois!
Bruno: _E nós te amamos muito.

Colamos nossos lábios de forma delicada e sensual, repousei minhas mãos nos ombros de Bruno que encaixou sua mão em minha lombar enquanto a outra acarinhava gostosamente minhas nuca se emaranhando entre meus cabelos.
Fui para o andar de baixo da casa, onde todos estavam, as crianças estavam ali brincando com exceção de Maya e Kiara que deviam estar tomando banho.
O clima do natal era mágico, pelo menos pra mim, eu sentia algo indescritível e a gravidez aumentava essa sensação. Eu via o amor crescer nessa época do ano, não só entre minha família e eu, mas também entre as demais pessoas. Realmente era uma época do ano que me extasiava.
Me sentei na rede da varanda e fiquei me balançando sentindo a brisa, típica do verão, soprar em meu rosto e tremular mês cabelos. Meu pai se aproximou de mim e se sentou ao meu lado.

Miguel: _Filha, tá quietinha aí por quê?
Viviana: _Nada. Só tô descansando, ando meio devagar esses tempos.
Miguel: _Esse meninão tá te dando trabalho
Viviana: _Um pouco!

Vi Bruno me chamar ao longe com um aceno, pedi licença ao meu pai e fui até ele.


Bruno: _Tenho uma surpresa pra você. (Disse em meu ouvido)

Cont...