Viviana:
_Oi.
Bruno: _Oi
Vivi. Feliz natal!
Senti meu
peito queimar quando ouvi sua voz. Não sabia o motivo, mas meu coração se
inflou com o tom se sua voz. Respondi tentando não parecer eufórica.
Viviana: _Oi
Bruno. Pra você também!
Bruno: _Tudo
bem?
Viviana:
_Sim e com você?
Bruno: _Bem
também! Cadê a Zoeh, tá aí?
Viviana: _Tá
sim, calma aí que vou chamar.
Dei o
telefone pra Zoeh e ela ficou conversando com o pai. Observei de longe e alguns
minutos depois ela me devolveu o telefone, desliguei e o coloquei na mesa.
Pouco a
pouco fomos nos despedindo, Bianca e Renan foram para seus respectivos quartos.
Me despi ficando apenas de lingerie e me deitei com minha filha.
(POV Bruno)
Era estranho passar uma data tão familiar quanto o natal sem minha filha e sem
Vivi estava me doendo profundamente. Havia combinado de passar na casa de
Mariana antes da ceia natalina que minha mãe estava preparando, me arrumei e
segui para a casa dela. Levei uma hora para chegar lá, ao chegar toquei a
campainha e logo Mariana veio me receber. Ela abriu o portão sorridente e me
abraçou me convidando para entrar, entramos e ficamos conversando no sofá da
sala.
Mariana:
_Bru, a gente vai passar a virada de ano junto né?
Bruno: _Sim.
Vou fazer show na Paulista e quero você lindona ao meu lado.
Mariana:
_Vou amar. (Falou me dando um longo beijo) Vem amor, fiz pavê de chocolate...
Bruno:
_Assim vou ficar gordo!
Mariana:
_Você gordo até parece. Vem... (Disse me puxando pela mão)
Nos sentamos
a mesa e Mariana me serviu um pedaço generoso de pavê que estava delicioso.
Fiquei mais um tempo com ela e fui pra casa. Não nos veríamos mais até dia 31.
Voltei para casa todos estavam lá, inclusive meu tio Luis Carlos (o Batata).
Todos riam e cantavam animadamente, e embora eu estivesse participando das
brincadeiras, eu não estava animado, sentia falta dela e estava doendo.
Tentei me
animar, conversei com meus irmãos, cunhadas e meus pais, porém tudo o que eu
conseguia era disfarçar a minha frustração por não ter minha família ali. Pouco
antes de meia noite fui para meu quarto com a desculpa de pegar alguns
pen-drives com músicas para nós ouvirmos, aproveitei que estava sozinho pra
chorar pela ausência de Vivi em minha vida. Tranquei a porta do meu quarto,
abri uma das portas de meu armário e peguei uma caixa razoavelmente grande, ao
destampar a caixa vi várias coisas que me lembravam Vivi, entre elas fotos do
nosso casamento, o ensaio fotográfico que fizemos para a festa. Peguei uma das
fotos que estavam ali soltas e fiquei alisando o rosto dela.
Bruno: _Será
que você pode sentir?! Sinto sua falta, queria te fazer saber o quanto. (Sussurrava
segurando a foto) Droga Bruno, deixa de ser idiota e vai atrás dela!
Estava
fazendo um verdadeiro monólogo. Sentia estranhamente que ela estava percebendo
tudo, como se nos comunicássemos por telepatia. Ouvi alguém bater na porta e
logo percebi que era Leandro.
Leandro:
_Bruno, abre aqui!
Bruno: _Já
vou.
Me levantei
rapidamente e coloquei a caixa rapidamente em seu local. Abri a porta e Leandro
entrou já emburrado pela minha demora.
Leandro:
_Você veio compor, arranjar, produzir e gravar uma música?
Bruno: _Quê?
Leandro: _É,
tá demorando! Pegou o pen-drive, MP3, CD, LP, sei lá o que?
Bruno: _LP?
(Falei rindo) Peguei ó! (Falei mostrando)
Leandro:
_Então vambora.
Na hora que
estávamos descendo vi uma foto de Vivi no chão. Fingi que havia deixado algo
cair, a peguei e coloquei dentro da carteira sem que Leandro percebesse. Voltei
para a sala um pouco mais animado, ou tentando parecer. Bebi um pouco além da
conta e quanto eu estava indo até a mesa pegar mais uma taça de vinho minha mãe
passou por mim, me abraçou e sussurrou em meu ouvido.
Regina:
_Você tá bebendo de mais. Para um pouco!
Bruno: _Tá
bem.
Regina: _Sei
que você tá chateado, mas beber não vai dar um rumo em sua vida.
Apenas
assenti, ela então beijou meu rosto e saiu. Deixei a taça em cima da mesa e fui
colocar o pen-drive no rádio, já que Leandro não conseguiu. Puxei Natália pra
dançar comigo e entre passos de dança um implicava com outro, ela era uma
espécie de irmã pra mim e pra Kiko. Pouco antes da meia-noite, Leandro chamou
Natália. Havíamos combinado de cantar parabéns para Natália, já que dia 25 era
aniversário dela, Leandro ficou responsável por distrai-la enquanto pegávamos o
bolo. Fui até a cozinha com minha mãe, peguei o bolo com Kiko e fomos para a
sala, quando faltava um minuto para meia-noite entramos surpreendendo Natália
com um coro.
“Parabéns
pra você/ Nessa data querida/ Muitas felicidades/ Muitos anos de vida...”
Natália nos
olhava rindo. A parabenizamos e nos desejamos feliz natal, comemoramos juntos
como uma família unida que éramos. Pensei em ligar para Vivi, mas acabei
adiando meus planos. Mariana me ligou, fui para meu quarto atender o telefone.
Me sentei na cama e fiquei conversando com ela por alguns minutos e o tempo
todo ouvia ela reclamar “você tá muito distante”, “você tá me ouvindo?”, após
muita reclamação eu desliguei o telefone para não discutirmos. Após desligar o
telefone, levei minhas mãos ao rosto, me joguei para trás deitando na cama e
dei um forte suspiro, olhei para o lado e vi uma foto de Zoeh, peguei o
telefone e digitei o número de Vivi, pensei por alguns minutos e mesmo sem ter
certeza do que estava fazendo liguei. Na primeira tentativa Vivi atendeu, nos
falamos rapidamente.
Viviana: _Oi
Bruno. Pra você também!
Bruno: _Tudo
bem?
Viviana:
_Sim e com você?
Bruno: _Bem
também! Cadê a Zoeh, tá aí?
Viviana: _Tá
sim, calma aí que vou chamar.
Zoeh:
_Papai!
Bruno: _Oi
minha vida. Feliz natal!
Zoeh: _Feliz
natal tambeim.
Bruno: _Você
tá bem? Tá gostando daí?
Zoeh: _Eu
fui na plaia um monte de vez...
Bruno: _Foi?
Gostou?
Zoeh:
_Gosti. Voxê me leva na plaia?
Bruno:
_Levo! Quando você voltar te levo.
Ouvi me
chamarem ao fundo e me despedi da minha filha.
Bruno: _Meu
amor, o papai vai desligar e depois a gente se fala. Tá?
Zoeh: _Tá.
Bruno: _O
papai te ama!
Zoeh: _Eu
tambeim amo voxê.
Desliguei o
telefone e fui ver quem me chamava, ao olhar a porta do meu quarto vi que era
meu pai que me questionou o meu sumiço, o expliquei e voltamos para a sala. Não
fiquei muito tempo ali na sala e voltei para meu quarto. Entrei no banheiro e
tirei minha roupa para tomar banho, inevitavelmente me olhei no espelho e vi
que faltava algo em mim, pensei em tudo que poderia ser e não cheguei a nenhuma
conclusão. Entrei debaixo do chuveiro e tomei banho, fui para o quarto e me
deitei, dormi em poucos minutos.
Na manhã
seguinte acordei com meu telefone aos berros, bati com a mão no telefone o
silenciando e fiquei tentando reorganizar a confusão mental que havia se feito
em minha cabeça. Olhei o relógio e vi que eram mais de onze da manhã. Me
levantei e fui ao banheiro, me vesti e desci. Encontrei minha família tomando
café da manhã no jardim da casa, me juntei a eles numa refeição animada.
Bruno: _Mãe
me passa o suco.
Regina:
_Toma (Falou me entregando o jarro) Bruno pedi pra Vivi deixar a Zoeh passar a
virada de ano com a gente.
Leandro: _Tô
com saudade da minha sobrinha!
Kiko: _Ela
correndo esse quintal e a mãe pirando com medo dela cair. (Todos rimos)
Franco:
_Ninguém chamou a Vivi pra ficar com a gente?
Natália: _Eu
chamei, fiz mal?
Cont...
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