segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cap. 115


Viviana: _Oi.
Bruno: _Oi Vivi. Feliz natal!

Senti meu peito queimar quando ouvi sua voz. Não sabia o motivo, mas meu coração se inflou com o tom se sua voz. Respondi tentando não parecer eufórica.

Viviana: _Oi Bruno. Pra você também!
Bruno: _Tudo bem?
Viviana: _Sim e com você?
Bruno: _Bem também! Cadê a Zoeh, tá aí?
Viviana: _Tá sim, calma aí que vou chamar.

Dei o telefone pra Zoeh e ela ficou conversando com o pai. Observei de longe e alguns minutos depois ela me devolveu o telefone, desliguei e o coloquei na mesa.
Pouco a pouco fomos nos despedindo, Bianca e Renan foram para seus respectivos quartos. Me despi ficando apenas de lingerie e me deitei com minha filha.

(POV Bruno) Era estranho passar uma data tão familiar quanto o natal sem minha filha e sem Vivi estava me doendo profundamente. Havia combinado de passar na casa de Mariana antes da ceia natalina que minha mãe estava preparando, me arrumei e segui para a casa dela. Levei uma hora para chegar lá, ao chegar toquei a campainha e logo Mariana veio me receber. Ela abriu o portão sorridente e me abraçou me convidando para entrar, entramos e ficamos conversando no sofá da sala.

Mariana: _Bru, a gente vai passar a virada de ano junto né?
Bruno: _Sim. Vou fazer show na Paulista e quero você lindona ao meu lado.
Mariana: _Vou amar. (Falou me dando um longo beijo) Vem amor, fiz pavê de chocolate...
Bruno: _Assim vou ficar gordo!
Mariana: _Você gordo até parece. Vem... (Disse me puxando pela mão)

Nos sentamos a mesa e Mariana me serviu um pedaço generoso de pavê que estava delicioso. Fiquei mais um tempo com ela e fui pra casa. Não nos veríamos mais até dia 31. Voltei para casa todos estavam lá, inclusive meu tio Luis Carlos (o Batata). Todos riam e cantavam animadamente, e embora eu estivesse participando das brincadeiras, eu não estava animado, sentia falta dela e estava doendo.
Tentei me animar, conversei com meus irmãos, cunhadas e meus pais, porém tudo o que eu conseguia era disfarçar a minha frustração por não ter minha família ali. Pouco antes de meia noite fui para meu quarto com a desculpa de pegar alguns pen-drives com músicas para nós ouvirmos, aproveitei que estava sozinho pra chorar pela ausência de Vivi em minha vida. Tranquei a porta do meu quarto, abri uma das portas de meu armário e peguei uma caixa razoavelmente grande, ao destampar a caixa vi várias coisas que me lembravam Vivi, entre elas fotos do nosso casamento, o ensaio fotográfico que fizemos para a festa. Peguei uma das fotos que estavam ali soltas e fiquei alisando o rosto dela.

Bruno: _Será que você pode sentir?! Sinto sua falta, queria te fazer saber o quanto. (Sussurrava segurando a foto) Droga Bruno, deixa de ser idiota e vai atrás dela!

Estava fazendo um verdadeiro monólogo. Sentia estranhamente que ela estava percebendo tudo, como se nos comunicássemos por telepatia. Ouvi alguém bater na porta e logo percebi que era Leandro.

Leandro: _Bruno, abre aqui!
Bruno: _Já vou.

Me levantei rapidamente e coloquei a caixa rapidamente em seu local. Abri a porta e Leandro entrou já emburrado pela minha demora.

Leandro: _Você veio compor, arranjar, produzir e gravar uma música?
Bruno: _Quê?
Leandro: _É, tá demorando! Pegou o pen-drive, MP3, CD, LP, sei lá o que?
Bruno: _LP? (Falei rindo) Peguei ó! (Falei mostrando)
Leandro: _Então vambora.

Na hora que estávamos descendo vi uma foto de Vivi no chão. Fingi que havia deixado algo cair, a peguei e coloquei dentro da carteira sem que Leandro percebesse. Voltei para a sala um pouco mais animado, ou tentando parecer. Bebi um pouco além da conta e quanto eu estava indo até a mesa pegar mais uma taça de vinho minha mãe passou por mim, me abraçou e sussurrou em meu ouvido.

Regina: _Você tá bebendo de mais. Para um pouco!
Bruno: _Tá bem.
Regina: _Sei que você tá chateado, mas beber não vai dar um rumo em sua vida.

Apenas assenti, ela então beijou meu rosto e saiu. Deixei a taça em cima da mesa e fui colocar o pen-drive no rádio, já que Leandro não conseguiu. Puxei Natália pra dançar comigo e entre passos de dança um implicava com outro, ela era uma espécie de irmã pra mim e pra Kiko. Pouco antes da meia-noite, Leandro chamou Natália. Havíamos combinado de cantar parabéns para Natália, já que dia 25 era aniversário dela, Leandro ficou responsável por distrai-la enquanto pegávamos o bolo. Fui até a cozinha com minha mãe, peguei o bolo com Kiko e fomos para a sala, quando faltava um minuto para meia-noite entramos surpreendendo Natália com um coro.

“Parabéns pra você/ Nessa data querida/ Muitas felicidades/ Muitos anos de vida...”

Natália nos olhava rindo. A parabenizamos e nos desejamos feliz natal, comemoramos juntos como uma família unida que éramos. Pensei em ligar para Vivi, mas acabei adiando meus planos. Mariana me ligou, fui para meu quarto atender o telefone. Me sentei na cama e fiquei conversando com ela por alguns minutos e o tempo todo ouvia ela reclamar “você tá muito distante”, “você tá me ouvindo?”, após muita reclamação eu desliguei o telefone para não discutirmos. Após desligar o telefone, levei minhas mãos ao rosto, me joguei para trás deitando na cama e dei um forte suspiro, olhei para o lado e vi uma foto de Zoeh, peguei o telefone e digitei o número de Vivi, pensei por alguns minutos e mesmo sem ter certeza do que estava fazendo liguei. Na primeira tentativa Vivi atendeu, nos falamos rapidamente.

Viviana: _Oi Bruno. Pra você também!
Bruno: _Tudo bem?
Viviana: _Sim e com você?
Bruno: _Bem também! Cadê a Zoeh, tá aí?
Viviana: _Tá sim, calma aí que vou chamar.
Zoeh: _Papai!
Bruno: _Oi minha vida. Feliz natal!
Zoeh: _Feliz natal tambeim.
Bruno: _Você tá bem? Tá gostando daí?
Zoeh: _Eu fui na plaia um monte de vez...
Bruno: _Foi? Gostou?
Zoeh: _Gosti. Voxê me leva na plaia?
Bruno: _Levo! Quando você voltar te levo.

Ouvi me chamarem ao fundo e me despedi da minha filha.

Bruno: _Meu amor, o papai vai desligar e depois a gente se fala. Tá?
Zoeh: _Tá.
Bruno: _O papai te ama!
Zoeh: _Eu tambeim amo voxê.

Desliguei o telefone e fui ver quem me chamava, ao olhar a porta do meu quarto vi que era meu pai que me questionou o meu sumiço, o expliquei e voltamos para a sala. Não fiquei muito tempo ali na sala e voltei para meu quarto. Entrei no banheiro e tirei minha roupa para tomar banho, inevitavelmente me olhei no espelho e vi que faltava algo em mim, pensei em tudo que poderia ser e não cheguei a nenhuma conclusão. Entrei debaixo do chuveiro e tomei banho, fui para o quarto e me deitei, dormi em poucos minutos.
Na manhã seguinte acordei com meu telefone aos berros, bati com a mão no telefone o silenciando e fiquei tentando reorganizar a confusão mental que havia se feito em minha cabeça. Olhei o relógio e vi que eram mais de onze da manhã. Me levantei e fui ao banheiro, me vesti e desci. Encontrei minha família tomando café da manhã no jardim da casa, me juntei a eles numa refeição animada.

Bruno: _Mãe me passa o suco.
Regina: _Toma (Falou me entregando o jarro) Bruno pedi pra Vivi deixar a Zoeh passar a virada de ano com a gente.
Leandro: _Tô com saudade da minha sobrinha!
Kiko: _Ela correndo esse quintal e a mãe pirando com medo dela cair. (Todos rimos)
Franco: _Ninguém chamou a Vivi pra ficar com a gente?
Natália: _Eu chamei, fiz mal?

Cont...

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