quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cap. 73

Kiko: _Seu mala, vim aqui porque tem uma semana que você não aparece em casa, nem manda notícias. A mãe tá desesperada atrás de você, tá todo mundo preocupado e você aqui enchendo a cara.
Bruno: _Eu não mereço a família que tenho, do mesmo jeito que não mereci a Vivi.
Kiko: _Que isso! Claro que você merece. Você merece a família que tem e merece a mina mais legal desse mundo.
Bruno: _NÃO!!! Você não sabe o que eu fiz pra dizer isso.
Kiko: _Seja lá o que for, foi grave. Nunca vi você beber tanto. Uma garrafa de whisky, uma de vodka e meia de tequila... Você bebeu isso tudo agora?
Bruno: _Sim! Bebi pra esquecer que eu sou um imbecíl!
Kiko: _Sempre achei que não fosse, mas bebendo assim tô começando a acreditar. Vai entrar em coma alcoólico nesse ritmo.
Bruno: _E quem liga?
Kiko: _Se não pensa em você, pensa na mãe. Ela morreria se acontecesse algo aos filhos. Agora vem... Você tá precisando de um banho.

Kiko me levou até o banheiro e me deu um banho. Eu prestes à completar 25 anos estava ali sendo cuidado pelo irmão mais velho feito um bebê. Ele me deu banho e ficou a noite toda me vigiando para que eu não bebesse. Fitou meu sono enquanto contava pra nossa mãe que tinha me achado.

Kiko: _Mãe, achei o Cabeça.
Regina: _Onde ele tá? Tá tudo bem? O que aconteceu?
Kiko: _Calma mãe. Ele tá dormindo, cheguei aqui ele tava bêbado, dei um banho nele, ôh moleque pesado, e fiquei conversando com ele. Ele tá mal.
Regina: _ELE BEBEU?! Meu Deus. Me diz onde vocês estão que tô indo praí agora.
Kiko: _Não é preciso. Já controlei a situação, ele não vai querer ver você.  Ele quase me botou pra fora daqui de vergonha. Não sei o que aconteceu direito, mas aposto que tem dedo daquela vagabunda da Desirré.
Regina: _Olha, não foi isso que te ensinei. Não se fala assim de uma mulher.
Kiko: _Desculpa mãe, mas dessa aí é daí pra pior que a gente fala.
Regina: _Não vou aí porque você tá com ele. Mas diz que eu quero falar com ele.
Kiko: _Ok. Digo quando ele acordar. Vou desligar que também preciso dormir, ou tentar.
Regina: _Tá sem dormir meu filho?
Kiko: _Tô sim, mas vou dar um jeito...
Regina: _Vai se encher de remédio?! Tá um hipocondríaco.
Kiko: _Só assim consigo dormir, fazer o quê. Beijo mãe. Te amo.
Regina: _Beijo, cuida do seu irmão. Também amo você.

Kiko desligou o telefone e se deitou do meu lado. Tentou dormir em vão, nem os remédios contra insônia deram jeito. Passou a noite inteira tocando e vendo filmes. No meio disso surgiu uma composição. Quando acordei pela manhã percebi o que havia feito e a vergonha tomou conta de mim. A que ponto tinha chegado, me senti imundo por ter sido tão baixo.

Bruno: _AI! Que dor de cabeça...
Kiko: _Do jeito que você bebeu... Agradeça por ser só dor de cabeça!
Bruno: _Bom dia também Kiko! (falei irônico)
Kiko: _Bom dia! Precisamos conversar...

Cont...

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