quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cap. 184

Quando voltamos pra casa Kiko nos chamou para sairmos à noite, tinha tempos que não fazíamos isso. Desde que nos tornamos pais as saídas se tornaram escassas. Nossos filhos já estavam “grandinhos”, o mais novo era Johnny que estava com dois anos e era alguns meses mais novo que as gêmeas Maya e Kiara, eles já não davam tanto trabalho e apesar de enérgicos eram obedientes. Regina e Franco tomariam conta dos netos para que nós saíssemos.
Antes de sairmos, fiquei um pouco com meus filhos, dei-lhes janta e fui tomar banho. Enquanto me banhava lembrava das vezes que fomos a mesma boate que iríamos esta noite. Saí do banho enrolada na toalha, peguei um dos meus hidratantes corporais, o que Bruno gostava, e espalhei por minha pela um pouco úmida, seu cheiro era suave e ao mesmo tempo provocante tinha notas florais levemente amadeiradas, dispensei o perfume, somente a fragrância que o perfume exalava era suficiente. Sequei meus cabelos os amassando de forma que leves ondas se formassem por sua extensão, fiz uma maquiagem reluzente e me vesti de forma sexy sem ser vulgar. Ao terminar de me arrumar parei diante do espelho me examinando, parecia que eu tinha voltado a 2008 quando conheci Bruno.
Peguei minha bolsa de cima da cama e fui para a sala onde me esperavam. Ao adentrar o cômodo vi os olhos de Bruno saltarem de suas órbitas e me examinarem da cabeça aos pés. Me aproximei dele que enlaçou minha cintura. Fomos andando até os carros e saímos logo em seguida.

Bruno: _Você está linda! (Beijou o dorso de minha mão)
Viviana: _Obrigada. (Sorri timidamente) Você também está lindo!
Kiko: _O amor é lindo, mas tem mais gente aqui no carro.
Patrícia: _Vivi temos um assunto pendente. Não esqueci.
Viviana: _Ok, ok!

Olhei minha amiga de esguelha pelo retrovisor e logo soube que ela não desistiria até ter certeza sobre minha suposta gravidez. Desconversei para não criar clima ruim.
Ao chegarmos à boate fomos para o camarote e ficamos em uma mesa mais reservada. O hambiente era calmo, luzes baixas e música numa altura que não era ensurdecedora. Nos sentamos e ficamos conversando. Antes de começarmos a beber, Patrícia me chamou para ir ao banheiro.

Patrícia: _Vivi vamos ao banheiro comigo?
Viviana: _Não tô afim, vai você. Naty, vai com ela!
Natália: _Ah... (Falou sem entusiasmo)
Patrícia: _Anda logo Vivi! (Falou em tom autoritário)
Viviana: _Tá bem!

Me levantei da mesa achando estranha a atitude de minha amiga, porém não a questionei. Entramos no banheiro sem dizer uma só palavra, o único som audível era a música que tocava ali. Patrícia verificou um por um dos reservados e ao constatar que não havia ninguém trancou a porta. Voltou até a pia e tirou um pacote pequeno de dentro da bolsa me entregando em seguida.

Viviana: _Que isso? (Perguntei confusa)
Patrícia: _Um teste de gravidez.
Viviana: _Não vou fazer isso!
Patrícia: _Ótimo, então passaremos a noite toda aqui.
Viviana: _Patty, isso tá sem graça. Abre logo a porta!
Patrícia: _Só saio daqui quando você fizer o teste.
Viviana: _É sério Patty, abre a porta!
Patrícia: _Só depois que você fizer o teste.

Peguei a embalagem com o teste da mão de Patrícia e fui para um dos reservados com a cara emburrada. Fiz o teste e esperei o resultado ainda no reservado, pra minha surpresa, ou não, eu estava grávida. Não fazia ideia do tempo de minha gestação, não tinha barriga e nem indícios a não ser as indisposições que andava sentindo nos últimos dias. Minha cabeça deu um nó, não sabia como seria a reação de meus filhos, Bruno iria amar, todos sabiam da vontade dele de ter mais um filho. Acordei de meus pensamentos com Patrícia batendo na porta falando pra eu sair.

Patrícia: _Anda Vivi...
Viviana: _Já vou. (Saí do reservado) Toma o resultado! (Entreguei o exame pra minha amiga) Agora me deixa ir embora.

Patrícia me entregou a chave para que eu pudesse abrir a porta do banheiro, eu as peguei e me dirigi até a mesma quando minha amiga segurou meu braço me fazendo ficar de frente para ela.

Viviana: _Que foi? (Falei com a voz vacilante)
Patrícia: _Você vai ser mãe!
Viviana: _É o que diz aí né?!
Patrícia: _E não tá feliz?
Viviana: _Não sei... Não tô triste, mas isso tá muito confuso!
Patrícia: _Quando chegarmos lá e contarmos vai todo mundo ficar feliz.
Viviana: _Não... Quero contar pro Bruno primeiro. Depois contamos pros outros.
Patrícia: _Você decide.

Recebi um abraço de minha amiga e saímos do banheiro. Ao voltarmos à mesa todos reclamaram de nossa demora, demos a desculpa o banheiro estava lotado e eles acreditaram. Passamos a noite conversando, dançando e curtindo a companhia um dos outros, todos faziam isso, menos eu que só conseguia pensar na gravidez. Tentei me animar dançando, conversando, Bruno e eu trocamos beijos apaixonados, porém meu pensamento não mudava, o foco era apenas um. Meu marido ao perceber que eu estava dispersa da realidade me chamou.

Bruno: _Amor, tá tudo bem?
Viviana: _Tá. Só tô cansada.
Bruno: _Quer ir pra casa?
Viviana: _Não precisa. Você tá curtindo aqui... Depois vamos.
Bruno: _Se você não quer não precisamos ficar.
Viviana: _Tá bem.

Nos despedimos dos casais que ainda ficaram ali e voltamos pra casa. Cochilei durante o percurso, acordei quando Bruno estacionou o carro já no quintal da fazenda. Entramos em casa cuidadosamente com medo de acordar alguém, silêncio que se fazia presente notamos que todos já dormiam pelo.
Fomos para o nosso quarto, tomamos banho e nos deitamos pra dormir. Bruno mantinha seu braço esticado para poder me abraçar quando eu me deitasse sobre seu peito. Ele afagava meus cabelos de forma lenta e carinhosa, parecia pensativo, seu respirar ressonava no ambiente pesadamente, eu me perdia  ficou conversando comigo boa parte da madrugada.

Bruno: _Você tá estranha desde a hora que a Patty te chamou pra ir ao banheiro. O que aconteceu?
Viviana: _Nada.
Bruno: _Tem certeza?
Viviana: _Não!
Bruno: _Quer me contar o que aconteceu?
Viviana: _Eu... Eu...

Comecei a chorar sentidamente, Bruno ao ver a cena foi até a cozinha e voltou minutos depois com um copo de água para mim. O tomei lentamente na esperança de me acalmar, mas o resultado foi quase imperceptível. Foi abraçada pro meu marido que não disse nada, apenas me abraçou transmitindo sua segurança, me fez ver que estava comigo, como sempre, independente do que acontecesse. Assim que me senti mais calma tomei coragem pra contar a ele o que acontecia, como me sentia e pedir sua ajuda.

Bruno: _Se sente mais calma?
Viviana: _Sim!
Bruno: _Então conta o motivo dessa angústia.
Viviana: _Tô grávida! (Falei de uma vez só antes que perdesse a coragem)
Bruno: _Tô vendo que tá bem melhor. Tá fazendo até piadinha.
Viviana: _É sério amor, tô grávida. Você vai ser papai novamente.
Bruno: _Se isso for uma brincadeira...
Viviana: _Eu jamais iria brincar com algo tão sério! Óh...

Peguei o teste que havia feito na boate dentro da minha bolsa e entreguei a Bruno. Que demorou a assimilar a notícia.

Bruno: _Eu vou ser pai! (Falou com os olhos brilhantes)

Cont...

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