Bruno: _Eu não tava junto com ela. (Falei pesadamente)
Havia ido ao estúdio e ela estava sozinha com a Camila que disse que ela saiu,
provavelmente, enquanto ela dormia porque tava passando mal.
Luciana: _A Camila não teve culpa. Como tá todo
mundo?
Bruno: _A Zoeh e o Ryan não sabem o que aconteceu,
não soube como contar.
Miguel: _Acho melhor. O que disse pra eles?
Bruno: _Que a Vivi viajou e vai ficar dias fora.
Luciana: _É melhor eles saberem depois. Qualquer
coisa conte conosco.
Bruno: _Obrigado. (Olhei o relógio) Vou lá no
hospital ver a Vivi. Qualquer novidade aviso.
Miguel: _Vamos esperar.
Bruno: _Tá bem.
Me despedi de meu sogro e sua esposa, seguindo para
o hospital logo em seguida. Ao chegar no hospital vi fãs na entrada, parei pra
conversar com alguns tentando descobrir como eles ficaram sabendo do acidente
de Vivi. Alguns fãs me desejavam sorte, outros diziam estar orando e alguns me
entregavam cartas e presentes. Fiquei grato a toda demonstração de carinho que
recebi ali.
Separei algumas cartas dos fãs e resolvi ler pra
Vivi. Entrei no quarto, dei um beijo no rosto dela notando a palidez de sua
pele. Respirei fundo antes de ler a carta.
Bruno: _Vivi, hoje quando cheguei aqui vi umas fãs
do KLB lá em baixo esperando pra saberem notícias suas. Algumas delas
escreveram cartas pra você. Vou ler tá?!
Desdobrei um dos papeis que me foram entregues e
comecei a ler as escrituras que haviam nele.
Bruno: _”Meu nome é Luna, tenho 18 anos. Antes,
assim que te conheci e soube que você era namorada do Bruno eu tinha ciúme e
por isso te odiava, ou achava te odiar, porém com o passar do tempo percebi que
você é a mulher que ele ama, é quem faz isso feliz e eu não posso odiar alguém
que faz bem à quem amo. E me sinto uma tola por ter te odiado um dia.
Algum tempo atrás fui a um show do KLB e falei com
você lá, na época a Zoeh tinha um ano e você estava grávida do Ryan. Você foi
um amor comigo. Me desculpe por te julgar sem te conhecer...
... Tô torcendo por sua melhora e orando para que
Deus te abençoe, todos queremos te ver brilhando e espalhando alegria por onde
passa.
Beijos Luna”
Li mais algumas cartas para Vivi até Renata chegar,
ela passaria a noite no hospital ao lado da irmã. Fui para casa com semblante
cansado, ao chegar lá, meus filhos notei que meus filhos já dormiam. Conversei
um pouco com Camila e fui dormir.
Se passaram três semanas e Vivi permanecia em coma,
ela entraria no oitavo mês de gestação no hospital ao que tudo indicava. Sofria
a cada vez que entrava no leito do hospital onde ela se encontrava, era tão
triste vê-la sem cor, sem vida. Seus olhos tinham enormes olheiras, sua pele
estava gélida e seu rosto estava notavelmente mais magro. O médico havia dito
que se ela passasse mais tempo no mesmo estado teria que induzi o parto assim
que completasse o próximo mês de gestação. Me senti impotente por não poder
fazer nada para reverter a situação.
Faltando dois dias para completar um mês desde o
acidente decidi que ficaria ao lado dela o tempo todo. Não sairia do hospital
até Vivi acordar. Meus filhos estavam com minha sogra que estava na cidade
desde a segunda semana de hospitalização de sua filha.
Estava um sol escaldante naquela manhã, pensei o
quanto Vivi gostaria de presenciar aquilo, provavelmente aproveitaria na
piscina com nossos filhos. Estava passando pela entrada do hospital quando uma
fã me chamou. Dei alguns passos pra trás indo em sua direção, a cumprimentei e
recebi um abraço caloroso em troca.
Lívia: _Esqueci de me apresentar, meu nome é Lívia.
Eu quero saber como a Vivi tá... (Falou timidamente)
Bruno: _Tá no mesmo estado. Seu quadro ainda é
grave, porém estável.
Lívia: _Eu realmente sinto muito. Fiz uma coisa pra
ela...
Bruno: _O que?
A menina pegou uma caixa dentro da bolsa e a abriu
revelando logo em seguida vários pássaros de origami. Sorri minimamente com o
gesto.
Lívia: _São tsurus, pássaros de origami. Segundo a
lenda quem faz mil deles tem um pedido realizado. Eu pedi a cura da Vivi.
Bruno: _Obrigado pela preocupação. Ela vai gostar
muito.
Lívia: _Resolvi trazer pra você porque não faz
sentido eu guardar isso se o pedido foi à cura dela.
Bruno: _Você não sabe o quanto isso significa pra
gente. O carinho de vocês tem sido reconfortante.
Lívia: _É pra isso que servimos.
A menina me sorriu gentilmente, a abracei e entrei
no hospital. Cumprimentei as pessoas que trabalhavam ali e fui direto para o
quarto de Vivi.
Dei um beijo no rosto de Vivi e me sentei ao seu
lado analisando seu rosto por alguns segundos antes de abrir a caixa com os
origamis. Os observei e resolvi pegar um de cada cor, pedi pra um dos
funcionários comprarem linha e durex na papelaria próxima dali e fiz um móbile
com os tsrus. Pendurei ao lado da cama de Vivi e lhe contei de como eles
chegaram ali.
Bruno: _Olha como são lindos. Foi uma fã que te
deu, ela disse que se chama tsuru, e que segundo uma lenda, quem faz mil deles
tem um pedido, e o pedido dela foi sua recuperação.
Senti a mão de Vivi apertar a minha mão. Corri pra
chamar um médico que tentou de todas as formas, porém não obteve resultado.
Quando ele saiu do quarto pude ouvir comentar com o enfermeiro “Quer tanto a
recuperação da mulher que está imaginando coisas”, sabia que ñ era imaginação,
mas não iria discutir.
Vi a porta do quarto se abrir e Renata entrar ali
aparentava estar tão cansada quanto eu. Nos cumprimentamos e ficamos
conversando a respeito de Vivi.
Renata: _Alguma melhora?
Bruno: _Aparentemente nada. Mas... Esquece.
Renata: _Mas o que? Fala!
Bruno: _Eu senti ela aperar minha mão hoje enquanto
conversava com ela. Os médicos não acreditaram, mas eu não iria brincar com
isso.
Renata: _Acredito em você!
Bruno: _Não tô aguentando mais ver a minha menina
tão sem vida. (Falei desabafando)
Renata: _Ela vai se recuperar, você vai ver.
Sorri em agradecimento a Renata. Ouvi meu telefone
tocar e fui atender, vi que era o telefone de minha casa. Atendi normalmente.
Bruno: _Alô.
Camila: _Bruno?!
Bruno: _Oi! Tudo bem?
Camila: _Mais ou menos. A Zoeh tá tendo uma crise
de choro.
Bruno: _Por quê?
Camila: _Tá sentindo saudades da Vivi.
Bruno: _Tô indo aí!
Me despedi de Renata e fui para casa o mais rápido
que pude. Ao chegar lá fui ao encontro de minha filha que chorava abraçada a um
retrato da mãe. Só quando abaixei para ficar de seu tamanho notei que ela usava
uma blusa de Vivi. A abracei calmamente deixando que ela chorasse em meu peito,
seu choro era sentido e me cortava por dentro. A olhei nos olhos, tentando
passar confiança, e perguntei o que acontecia.
Bruno: _Filha. O que aconteceu?
Zoeh: _Me falaram uma coisa feia na escola.
Bruno: _Era sobre a mamãe? (Ela afirmou) O que
disseram?
Zoeh: _Que ela tá no hospital. É verdade?
Bruno: _Infelizmente... Sim.
Zoeh: _Por quê?
Bruno: _Ela tá dodói. Bateu o carro e tá dormindo
até ficar boa pra voltar pra casa.
Zoeh: _Eu quero ver!
Bruno: _Tudo bem... Cadê seu irmão?
Zoeh: _No quarto dele.
Bruno: _Vai lá chamar ele que a gente vai ver sua
mãe.
Cont...
Nenhum comentário:
Postar um comentário