quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cap. 189

Bruno: _Alô!
_Alô. É... Você conhece a Viviana Esteves Rezende Scornavacca?
Bruno: _Sim. Somos casados. Por quê?
_Ah sim. Seu número era o último chamado no celular dela, por isso tô te ligando.
Bruno: _Ela tá bem? Deixa eu falar com ela!
_Você pode ir pro Sírio Libanês. Ela sofreu um acidente de carro e estamos a levando pra lá.
Bruno: _Claro. Já tô indo.

Desliguei o telefone sem deixar a enfermeira me responder. Estava preocupado, com medo pelo que ela e meu filho poderiam estar passando, queria saber se eles estavam bem. Eu deixava meu nervosismo transparecer mesmo sem falar uma palavra, Kiko e Leandro se entreolhavam com expressão preocupada em suas faces.

Kiko: _Para de andar de um lado pro outro e conta o que aconteceu?
Bruno: _A Vivi...
Leandro: _O que tem ela?
Bruno: _Sofreu um acidente de carro e tá indo pro hospital. E eu tô indo pra lá.
Kiko: _Que hospital?
Bruno: _Sírio Libanês. Vocês pegam meus filhos na escola?
Leandro: _Claro. Vai lá e manda notícias.
Bruno: _Avisem pra mãe.

Saí de dentro do estúdio andando apressadamente até meu carro, não esperei meus irmãos me responderem. Entrei no carro atordoado com medo do que poderia acontecer, por vezes senti minha visão embaçar devido às lágrimas que se acumulavam em meus olhos. Cheguei ao hospital às cegas não fazia a mínima ideia de como havia chegado lá, mas estava no local planejado.
Fui até um dos balcões de informação e perguntei sobre Vivi, a recepcionista me informou que ela estava no CTI. Senti meu corpo estremecer ao pensar que minha menina estava naquele lugar, provavelmente inconsciente. Me sentei esperando que algum médico fosse me dar informações. Minutos depois vi minha mãe surgir pela porta de entrada, logo ela parou ao meu lado.

Regina: _Como ela está?
Bruno: _No CTI, só sei isso. (Disse fraquejando)
Regina: _Ela logo sai de lá.
Bruno: _Espero que sim... (Sussurrei)

Senti as mãos de minha mãe me envolver, repousei minha cabeça em seu ombro esperando uma notícia. Quando o médico disse procurou pela família de Vivi prontamente nos apresentamos.

Bruno: _Como ela tá? Meu filho tá bem?
_Calma rapaz. Ela está bem, seu quadro é grave, porém estável. E seu filho não sofreu um arranhão, é um menino de ferro (Sorri com a afirmação), porém sua mulher está inconsciente.
Regina: _Podemos vê-la?
_Quarto 308, é a terceira porta do primeiro corredor à esquerda.
Regina: _Obrigada.

Seguimos para o quarto em silêncio, nenhuma palavra era dita e não pretendíamos mudar isso. Ao Entrar vi Vivi com um enorme aparelho respiratório e a outro que media sua frequência cardíaca. Não aguentei ao ver a cena, me sentei ao lado dela a olhando sem ânimo, tive medo do que pudesse acontecer. Minha mãe se afastou da sala dizendo sair para pegar café para nós dois, porém eu percebi que aquilo era pretexto para me deixar ali sozinho.
Me aproximei um pouco mais de Vivi e toquei sua mão que estava gélida. Falei um pouco com ela tentando que ela reagisse.

Bruno: _Ei, que susto. Acorda logo pra me contar o que você tava aprontando... (Suspiro) Por quê você não chamou a Camila pra sair com você? Sabe que não gosto quando você sai sem avisar, você tá grávida, entrando na reta final da gravidez. Sabe, você me assustou muito...

Algumas lágrimas fujonas escaparam de meus olhos, respirei fundo as forçando a pararem e continuei fazendo meu monólogo para que Vivi me ouvisse.

Bruno: _Amor, fala comigo. Não aguento te ver nesse estado, quero poder conversar com você, namorar. Não tem sentido ficar longe de você... (Selei nossos lábios) Te amo.

Comecei a chorar perto do rosto de Vivi quando minha mãe entrou no quarto, ao me ver me afastou gentilmente do leito de minha mulher. Passei mais alguns minutos chorando no ombro de minha mãe até sentir meu corpo relaxar.
Ficamos em um clima estranho, sem conversar, até o médico chegar pedindo para que nos retirássemos. Saí a contragosto, não queria perder um minuto longe de Vivi até que ela acordasse. Fui para casa forçado, ao ver meus filhos vendo televisão acompanhados de Camila senti meus estômago revirar, foi como se uma mão me apertasse por dentro, me faltou folego. Quando Zoeh me perguntou sobre a sua mãe não soube o que responder.

Zoeh: _Cadê a mamãe?
Ryan: _Quero ela!
Bruno: _A mamãe vai ter que passar um tempo longe, mas logo ela volta.
Zoeh: _Ela tá bem?
Bruno: _Ela...  (Suspirei) Ela tá bem, mas talvez não consiga se comunicar com a gente com frequência.
Ryan: _Ela vai demorar?
Bruno: _Não sei... (Falei vacilante) Mas a gente vai cuidar de tudo aqui pra quando ela voltar né?! (Meus filhos afirmaram em uníssono) Então vão se trocar pra dormir.

Meus filhos subiram as escadas em direção aos quartos e eu me sentei no sofá respirando pesadamente. Camila se sentou ao meu lado e me perguntou o que houve.

Camila: _Como isso tudo aconteceu?
Bruno: _Só sei que o carro que ela tava capotou.
Camila: _Meu Deus! (Levou as mãos até a boca)
Bruno: _Camila, me ajuda a cuidar deles... Não vou conseguir sozinho.
Camila: _Claro. Pela Vivi!
Bruno: _Obrigado!

Fui para o meu quarto e me joguei na cama, dormindo em seguida. De madrugada ao levantar para ir ao banheiro notei que meus filhos dormiam ao meu lado, os abracei e voltei a dormir.
Acordei cedo na manhã seguinte, tinha a sensação de que tudo não passava de um pesadelo, porém ao ver que Vivi não estava ao meu lado soube que era verdade. Chorei silenciosamente para não acordar meus filhos que ainda dormiam. Tomei banho e quando voltei ao quarto eles já haviam acordado.
Na noite anterior ao contar para meu sogro o ocorrido ele disse para que eu levasse Zoeh e Ryan, assim fiz depois de dar banho e alimenta-los. Durante o caminho meus filhos cantava no banco de trás do carro, não tinham a mínima noção do que realmente acontecia, e eu não tinha a menor intenção de lhes falar a verdade. Ao chegarmos lá eles foram brincar com Mia e eu fiquei conversando com Miguel e Luciana.

Miguel: _Como tudo aconteceu?

Cont...

Nenhum comentário:

Postar um comentário