quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cap. 30

No dia seguinte, assim que completou às 24h necessárias fui com Viviana, Camila e minha mãe a delegacia mais próxima registrar o desaparecimento de minha filha. Chegamos à delegacia e quase uma hora depois fomos chamados para depor. O delegado nos pediu para que contássemos a história do desaparecimento de Zoeh.

Delegado: _Qual o nome completo da desaparecida?
Bruno: _Zoeh Rezende Scornavacca!
Delegado: _Que nome... Como e quando ela desapareceu?
Bruno: _Eu estava na baia dos cavalos cuidando deles. A Viviana...
Delegado: _Era ela que estava com a criança?
Regina: _Sim!
Delegado: _Então porque ela não conta como aconteceu?
Camila: _Ela não fala nada desde ontem.
Delegado: _Mas ela que tem que contar.
Bruno: _Vamos amor, conta pra ele... Conta pra poderem achar nossa princesa.

Vivi me olhou, respirou fundo e começou a contar.

Viviana: _Eu tinha acabado de tomar banho, não tinha nem me vestido. A Camila, que toma conta da Zoeh desde que ela nasceu, me entregou ela porque estava na hora dela mamar e saiu pra ir a farmácia.
Delegado: _Sim... Prossiga!
Viviana: _Eu a amamentei e ela acabou dormindo em meu colo, a coloquei na cama e fui ao banheiro, que é dentro do quarto, me vestir...
Delegado: _Porque não se vestiu no quarto?
Viviana: _A roupa que eu vestiria estava no banheiro. Demorei cerca de 25min me vestindo, havia deixado a porta aberta pra ouvir caso ela chorasse. Quando voltei pro quarto ela já não estava lá.

Vivi estava segurando o choro, eu segurava suas mãos e ela apertava as minhas e eu podia ver o quão doloroso estava sendo falar tudo com todos os detalhes para o delegado. Após contarmos tudo sobre o desaparecimento voltamos pra São Paulo.
Um mês se passou sem que tivéssemos notícias de Zoeh, Vivi estava em depressão desde o dia do desaparecimento. Fazia dois dias que se passou o aniversário do meu pai, com os últimos acontecimentos não comemoramos, apenas desejamos felicidades a ele que disse “Minha felicidade só voltará o dia que encontrarem minha neta!”.
Naquela tarde estava sentado na varanda de minha casa, pensando em tudo que estava acontecendo e me perguntando o que havia feito de tão ruim pra merecer aquele castigo. Camila se aproximou e veio conversar comigo.

Camila: _Bruno, posso falar com você?
Bruno: _Claro! Senta ai!
Camila: _Desde o dia que voltamos pra cá a Vivi não falou mais nada e nem saiu do quarto. Quero ajudar ela, mas não sei como.
Bruno: _Eu também não sei como. Você sabe que tô tentando, mas não consigo. Também preciso de forças.
Camila: _Tô ao seu lado. Vou entrar qualquer coisa me chama.
Bruno: _Tá bem.

Camila entrou me deixando sozinho novamente. A vida não estava nada fácil aquele mês, mas precisava continuar seguindo em frente.
Estava com um caderno na mão, quando me levantei vi que uma foto caiu no chão, olhei era uma foto de Vivi com Zoeh. Havia tirado aquela foto no dia do meu aniversário, quando me lembrei das risadas e manhas que ela estava fazendo naquele dia e comecei a chorar sem segurar uma lágrima sequer.

Bruno: _Filha, vou te encontrar nem que leve minha vida toda te procurando. (Falava acariciando o rosto de Zoeh na foto)

Me levantei e segui pro quarto, antes passei na cozinha e peguei algumas frutas, sucos e cereais  e levei pra Vivi comer. Cheguei ao quarto, como todos os dias a achei deitada na cama olhando para o teto. As janelas estavam fechadas assim com as cortinas, fazendo com que a tarde parecesse noite. Abri as cortinas e sentei ao seu lado.

Bruno: _Amor, sei que você está triste e mal com tudo que aconteceu. Mas precisa comer.

Vivi apenas me olhava, estava fazendo um monologo acompanhado de outra pessoa.

Bruno: _Abre a boca... Se comer um pouquinho prometo não te perturbar mais.

Dito isso Vivi colaborou e comeu um pouco. Após ela comer a deitei em meu colo e fiquei a acariciando, minutos depois ela acabou dormindo. A aconcheguei em nossa cama e sai do quarto.
Desci as escadas e encontrei Leandro e Natália sentados no sofá. Me aproximei dos dois e ficamos conversando.

Leandro: _Viemos saber como vocês estão, se tem alguma novidade sobre minha sobrinha.
Bruno: _Nada, nenhuma novidade.
Natália: _Posso ver a Vivi?
Bruno: _Pode, vai lá no quarto.

Natália subiu me deixando sozinho com Leandro. Ficamos conversando.

Bruno: _Cara, não sei mais o que faço... Minha filha sumiu, a mulher que eu amo entrou em depressão e eu tô tentando manter tudo em ordem. Se não fosse a Camila ali me ajudando não sei...
Leandro: _Ela já voltou a falar?
Bruno: _Não, e o pior é que agora ela também tá rejeitando comida. Antes ela não saia, mas quando a gente levava comida até ela, ela comia. Agora não sai do quarto e nem come...
Leandro: _Fica calmo meu irmão... Tô com você...
Bruno: _Vou ficar...

Leandro me abraçou e ficamos conversando por horas e Natália desceu enxugando as lágrimas. Lhe perguntei o que havia acontecido.

Bruno: _O que aconteceu?
Natália: _Nada. Me partiu o coração ver a Vivi naquele estado. Seus olhos estão tão tristes, ela tá abatida, sem vida. Não parece em nada com a minha amiga. Aquela não é a Vivi...
Leandro: _Tá tão mal assim?
Bruno: _Eu disse... Realmente, aquela não é a minha mulher. A Naty tem razão!
Leandro: _Cara, não fica assim... Olha, preciso levar a Naty pra cumprir a agenda, mas qualquer coisa me chama. E me mantenha informado.
Bruno: _Obrigado!
Natália: _Tchau cunhado.

Me despedi deles e sentei na sala e logo Camila veio ofegante em minha direção.

Camila: _Telefone pra você!
Bruno: _Quem é?
Camila: _Apenas disse ser sobre a Zoeh!

Meu corpo gelou assim que ela mencionou minha filha. Peguei o telefone, ela ia saindo, mas a pedi pra que ficasse.

Cont...

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