Delegado: _Qual o nome completo da
desaparecida?
Bruno: _Zoeh Rezende Scornavacca!
Delegado: _Que nome... Como e quando ela
desapareceu?
Bruno: _Eu estava na baia dos cavalos
cuidando deles. A Viviana...
Delegado: _Era ela que estava com a
criança?
Regina: _Sim!
Delegado: _Então porque ela não conta
como aconteceu?
Camila: _Ela não fala nada desde
ontem.
Delegado: _Mas ela que tem que contar.
Bruno: _Vamos amor, conta pra ele...
Conta pra poderem achar nossa princesa.
Vivi me olhou, respirou fundo e
começou a contar.
Viviana: _Eu tinha acabado de tomar
banho, não tinha nem me vestido. A Camila, que toma conta da Zoeh desde que ela
nasceu, me entregou ela porque estava na hora dela mamar e saiu pra ir a
farmácia.
Delegado: _Sim... Prossiga!
Viviana: _Eu a amamentei e ela acabou
dormindo em meu colo, a coloquei na cama e fui ao banheiro, que é dentro do
quarto, me vestir...
Delegado: _Porque não se vestiu no
quarto?
Viviana: _A roupa que eu vestiria
estava no banheiro. Demorei cerca de 25min me vestindo, havia deixado a porta
aberta pra ouvir caso ela chorasse. Quando voltei pro quarto ela já não estava
lá.
Vivi estava segurando o choro, eu
segurava suas mãos e ela apertava as minhas e eu podia ver o quão doloroso
estava sendo falar tudo com todos os detalhes para o delegado. Após contarmos
tudo sobre o desaparecimento voltamos pra São Paulo.
Um mês se passou sem que tivéssemos notícias
de Zoeh, Vivi estava em depressão desde o dia do desaparecimento. Fazia dois
dias que se passou o aniversário do meu pai, com os últimos acontecimentos não
comemoramos, apenas desejamos felicidades a ele que disse “Minha felicidade só
voltará o dia que encontrarem minha neta!”.
Naquela tarde estava sentado na
varanda de minha casa, pensando em tudo que estava acontecendo e me perguntando
o que havia feito de tão ruim pra merecer aquele castigo. Camila se aproximou e
veio conversar comigo.
Camila: _Bruno, posso falar com você?
Bruno: _Claro! Senta ai!
Camila: _Desde o dia que voltamos pra cá
a Vivi não falou mais nada e nem saiu do quarto. Quero ajudar ela, mas não sei
como.
Bruno: _Eu também não sei como. Você
sabe que tô tentando, mas não consigo. Também preciso de forças.
Camila: _Tô ao seu lado. Vou entrar
qualquer coisa me chama.
Bruno: _Tá bem.
Camila entrou me deixando sozinho
novamente. A vida não estava nada fácil aquele mês, mas precisava continuar
seguindo em frente.
Estava com um caderno na mão, quando
me levantei vi que uma foto caiu no chão, olhei era uma foto de Vivi com Zoeh.
Havia tirado aquela foto no dia do meu aniversário, quando me lembrei das
risadas e manhas que ela estava fazendo naquele dia e comecei a chorar sem
segurar uma lágrima sequer.
Bruno: _Filha, vou te encontrar nem
que leve minha vida toda te procurando. (Falava acariciando o rosto de Zoeh na
foto)
Me levantei e segui pro quarto, antes
passei na cozinha e peguei algumas frutas, sucos e cereais e levei pra Vivi comer. Cheguei ao quarto,
como todos os dias a achei deitada na cama olhando para o teto. As janelas
estavam fechadas assim com as cortinas, fazendo com que a tarde parecesse
noite. Abri as cortinas e sentei ao seu lado.
Bruno: _Amor, sei que você está triste
e mal com tudo que aconteceu. Mas precisa comer.
Vivi apenas me olhava, estava fazendo
um monologo acompanhado de outra pessoa.
Bruno: _Abre a boca... Se comer um
pouquinho prometo não te perturbar mais.
Dito isso Vivi colaborou e comeu um
pouco. Após ela comer a deitei em meu colo e fiquei a acariciando, minutos
depois ela acabou dormindo. A aconcheguei em nossa cama e sai do quarto.
Desci as escadas e encontrei Leandro e
Natália sentados no sofá. Me aproximei dos dois e ficamos conversando.
Leandro: _Viemos saber como vocês
estão, se tem alguma novidade sobre minha sobrinha.
Bruno: _Nada, nenhuma novidade.
Natália: _Posso ver a Vivi?
Bruno: _Pode, vai lá no quarto.
Natália subiu me deixando sozinho com
Leandro. Ficamos conversando.
Bruno: _Cara, não sei mais o que
faço... Minha filha sumiu, a mulher que eu amo entrou em depressão e eu tô
tentando manter tudo em ordem. Se não fosse a Camila ali me ajudando não sei...
Leandro: _Ela já voltou a falar?
Bruno: _Não, e o pior é que agora ela
também tá rejeitando comida. Antes ela não saia, mas quando a gente levava
comida até ela, ela comia. Agora não sai do quarto e nem come...
Leandro: _Fica calmo meu irmão... Tô
com você...
Bruno: _Vou ficar...
Leandro me abraçou e ficamos
conversando por horas e Natália desceu enxugando as lágrimas. Lhe perguntei o
que havia acontecido.
Bruno: _O que aconteceu?
Natália: _Nada. Me partiu o coração
ver a Vivi naquele estado. Seus olhos estão tão tristes, ela tá abatida, sem
vida. Não parece em nada com a minha amiga. Aquela não é a Vivi...
Leandro: _Tá tão mal assim?
Bruno: _Eu disse... Realmente, aquela
não é a minha mulher. A Naty tem razão!
Leandro: _Cara, não fica assim...
Olha, preciso levar a Naty pra cumprir a agenda, mas qualquer coisa me chama. E
me mantenha informado.
Bruno: _Obrigado!
Natália: _Tchau cunhado.
Me despedi deles e sentei na sala e
logo Camila veio ofegante em minha direção.
Camila: _Telefone pra você!
Bruno: _Quem é?
Camila: _Apenas disse ser sobre a
Zoeh!
Meu corpo gelou assim que ela
mencionou minha filha. Peguei o telefone, ela ia saindo, mas a pedi pra que
ficasse.
Cont...
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