O caminho que Vivi fazia, e eu seguia, era uma
trilha úmida e coberta por plantas, haviam alguns pequenos bichos que
circulavam pelo local comendo frutas e sementes que caiam no chão.
Minha mente fotogravava coa movimento e gestos
executados por Vivi. Seu jeito livre, ela agia como uma menina, seus sorrisos,
o jeito com que mexia nos cabelos e segurava minha mão... Era tão incrível, que
eu poderia jurar que ela nunca esteve com outro homem, mesmo sabendo de todoa
os seus relacionamentos antes do nosso casamento. Em um determinado momento
Vivi tirou seus calçados me encorajando a fazer o mesmo.
Viviana: _Biju, tira os calçados. Sinta o chão.
(Sorria feito criança)
Bruno: _Deixo isso pra você!
Viviana: _Anda, não seja bobo. Se continuar calçado
não poderá sentir a energia da terra. Você não sabe o que está perdendo.
Bruno: _Ok! Você venceu.
Sorri pra Vivi e tirei meus chinelos deixando que
meus pés entrassem em contado com a terra úmida e levemente gelada do chão.
Assim que meus pés tocaram o chão entendi o que Vivi queria que eu sentisse,
aquele local tinha uma energia incrível, não faria sentido compartilhar todas
aquelas sensações se não fosse com a Vivi. Assim que meus pés se acostumaram
com o contato ao chão comecei a caminhar, Vivi esticou sua mão e segurou a
minha assim que me aproximei. Caminhamos de mãos dadas como um casal no
primeiro encontro, ela me mostrava cada canto especial para ela, me dizia o
nome das plantas existentes ali. Visitamos o museu, se não fosse à companhia de
Vivi e os biquinhos, lindos, que ela fazia, eu não teria entrado ali, sempre
achei museus tediosos. Fomos ao orquidário, bromeliário e à casa dos pilões.
Terminamos nosso passeio numa lanchonete. Compramos sanduíches, sucos e nos
sentamos para lanchar.
Bruno: _Tô cansado, acho que nunca andei tanto.
Viviana: _E nós não andamos nem a metade disso
aqui. Esse lugar é enorme.
Bruno: _Você tá pensando em andar mais? (Perguntei
confuso)
Viviana: _Não! Já te mostrei os lugares mais legais
daqui. Agora faremos outra coisa.
Bruno: _Ainda bem. Porque não aguentaria andar
mais.
Viviana: _Tadinho do meu Biju. (Beijou meu rosto)
Podemos ir à praia.
Bruno: _Praia?! Um monte de gente junto... Queria
algo mais intimista, só você e eu.
Viviana: _Conheço uma praia pouco frequentada, e
por ser inverno deve ter menos gente que o normal. Ah... No caminho pra praia
tem um motel... (Me olhou sugestivamente)
Bruno: _Tô começando a gostar disso.
Viviana: _Mas nós só vamos ao motel quando
estivermos voltando pra casa.
Bruno: _Ok. Mas você fará tudo que eu quiser.
Viviana: _Sem problemas. Como eu já disse, hoje sou
toda sua.
Bruno: _Gosto disso.
Nos beijamos calmamente e terminamos nossos
lanches. Passamos na casa da família de Vivi, ficamos um pouco com nossos
filhos antes de sairmos novamente. Fiquei com Ryan e Zoeh enquanto Vivi estava
no quarto trocando de roupa.
(POV Viviana) Passamos a manhã toda e parte da
tarde no jardim botânico. O passeio foi incrível, a companhia tornou tudo mais
agradável e prazeroso. Decidimos ir à paria e terminarmos nosso dia namorando
num motel, tanto eu como Bruno desejávamos aquilo. Assim que saímos do jardim
botânico passamos em casa para trocarmos de roupa e voltarmos a passear.
Enquanto me trocava vi minha mãe abrir a porta do quarto e entrar
sorrateiramente. Sorri para ela e ficamos conversando.
Luma: _Vejo que esse passeio te fez bem.
Viviana: _Foi maravilhoso.
Luma: _Vão sair de novo?
Viviana: _Vamos à praia. Daqui a dois dias iremos
pra Sampa e quero ir a praia calmamente, tomar banho... Relaxar.
Luma: _Vocês tem que fazer isso mais vezes. Aposto
que a Regina, a Luciana, até seu pai e o Franco, vão amar ficar com os netos.
Viviana: _A Zoeh e o Ryan vivem na casa dos avós,
seja na casa do meu pai ou na casa dos pais do Bruno.
Luma: _Se eu morasse em São Paulo também iria
querer ficar com eles assim pertinho.
Viviana: _Eu sei... Sinto falta de ter você perto
de mim, ás vezes quero um conselho, coisas assim e você não tá perto.
Luma: _Eu também sinto falta de você aqui em casa,
gritando e falando do KLB 24 horas por dia. Mas você tem a Regina.
Viviana: _A tia Regina é um anjo na minha vida. Ela
é como uma mãe pra mim. Quem diria que eu estaria, hoje, casada e com dois
filhos do Bruno Scornavacca, o Bruno KLB?!
Luma: _Acho que no fundo você sempre acreditou
nisso. Todas as vezes que sonhou em conhecer, se tornar amiga deles... Você
sempre soube que um dia ia se tornar realidade.
Viviana: _Verdade, no fundo eu sempre tive essa
certeza. Eu amo tanto o Bruno. Nunca pensei que um dia amaria tanto alguém
desse jeito e nunca pensei que seria mãe aos 19 e que com 21 eu teria dois
filhos.
Luma: _A única coisa que eu lamento nisso tudo é
não estar perto de você. Mas você construiu sua vida lá e está sendo feliz.
Isso me basta.
Viviana: _A felicidade não cabe em mim.
Luma: _Vejo isso em seus olhos. (Passou a mão por
meu rosto)
Viviana: _Bom... Vou pra sala que o Bruno está me
esperando.
Dei um beijo no rosto de minha mãe e voltei para a
sala já arrumada. Ao entrar na sala vi Zoeh e Ryan dormindo no colo de Bruno,
ambos deitados no sofá com as cabeças deitadas nas pernas do pai. Achei a cena
linda, fui até eles e chamei Bruno que se levantou com cuidado para não acordar
nossos filhos. Nos despedimos de minha família e seguimos até o carro.
Entramos no carro e seguimos para a praia. Paramos
em um posto para abastecer o carro, Bruno aproveitou para ir até a loja de
conveniência que havia ali. Esperei que meu marido voltasse, quando ele voltou
trouxe consigo uma sacola repleta de doces e dois sundays.
Viviana: _Amor, isso tudo é pra nós dois?
Bruno: _Sim!
Viviana: _Se eu comer um terço disso eu viro uma
baleia.
Bruno: _Deixa de ser exagerada. Você é linda de
qualquer jeito.
Viviana: _Aham... (Falei debochada)
Bruno: _É sério. (Selou nossos lábios) Agora toma
logo isso antes que derreta.
Bruno me entregou o sunday, o tomei e ele fez a
mesma coisa com o seu. Ele fazia gracinhas me arrancando sorrisos bobos e espontâneos.
Alguns minutos depois voltei a dirigir em direção à praia, Bruno comentava
coisas aleatórias, eu tentava prestar atenção em tudo que ele falava, porém ele
dificultava isso passando a mão por minhas pernas, as apalpando e massageando
de uma forma enlouquecedora. Eu sentia um arrepio correr por minha coluna,
desde o cóccix até a nuca. Durante todo o trajeto Bruno me provocou, tentando
me tirar do sério. Sua mão percorreu minha coxa, eu o olhava com o canto do
olho e via sorrisos maliciosos tomarem conta de seus lábios. Senti sua mão se
acomodarem entre minhas pernas exatamente na hora que estacionei. O olhei com a
sobrancelha esquerda levemente arqueada.
Bruno: _Essa carinha aí que dizer que é melhor eu
para né?!
Viviana: _Exatamente.
Bruno: _Você corta meu clima desse jeito. (Falou
fingindo irritação)
Viviana: _Bom saber! Agora vamos...
Saí do carro e fiquei esperando que Bruno fizesse o
mesmo, pouco tempo depois o vi descer e caminhar até meu lado, eu segurei suas
mãos e fomos para a praia. Como eu havia previsto, tinham poucas pessoas ali,
menos que o normal. Caminhamos até um posto onde só havíamos nós dois, forrei a
areia com a canga para que eu e Bruno nos sentássemos. Ele se sentou me fazendo
sentar entre as pernas dele. Me sentei recostando meu corpo no dele, ele
envolveu minha cintura em um abraço envolvente. Ficamos minutos sem dizer nada,
apenas sentindo um a presença do outro. Sua respiração estava pesada, como se
ele ansiasse por algo, me virei para ele e vi seu olhar perdido em direção do mar,
seus pensamentos deviam estar confusos. O beijei o trazendo de volta para a
realidade.
Cont...
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