Cap. 130

Camila: _Calma que vou ligar pro Bruno.

Camila pegou o telefone e ligou para Bruno, contou que eu estava com dores fortes na perna e não conseguia me levantar. Após alguns minutos ela se virou pra mim dizendo que ele não demoraria a chegar e que já estava com minha mãe, avó e tia em direção a nossa casa. Camila me ajudou a me sentar na cama e logo em seguida se sentou ao meu lado me fazendo companhia. Zoeh continuava brincando com suas bonecas sentada no tapete do quarto. Fiquei conversando com Camila, tive necessidade de tomar banho, como não conseguia me levantar sozinha pedi que ela me ajudasse.

Viviana: _Caca, me ajuda a ir até o banheiro.

Camila: _Claro.

Me levantei com a ajuda de Camila e fomos para o banheiro. Me sentei na banheira e agradeci a ela pela ajuda. Tirei minhas roupas e tomei banho, alguns minutos depois Zoeh entrou no quarto querendo tomar banho comigo, ele que antes estava apenas de short agora estava despida e pronta para entrar no banho. A ajudei a entrar na banheira e ficamos assim, eu fazia carinhos e brincava com minha filha. Sentia paz ao lado dela. Quando Bruno chegou com minha família eu ainda estava na banheira com Zoeh. Bruno entrou no quarto e veio falar comigo cautelosamente.

Bruno: _Amor, o que você tem?

Viviana: _Tô com muita dor na perna.

Bruno: _Vou vestir nossa filha e já volto.

Viviana: _ Tá bem.

Bruno enrolou Zoeh na toalha e saiu do quarto e não demorou a voltar. Quando ele voltou à nossa suíte eu estava sentada na beira da banheira tentando me levantar. Ao ver o que eu tentava fazer ele me repreendeu.

Bruno: _Meu amor, não force tanto.

Viviana: _É péssimo não conseguir nem me levantar sozinha.

Bruno: _É só uma fase. Vem...

Me apoiei no ombro de Bruno e seguimos para nosso quarto, chegando ao mesmo me sentei na cama e pedi pra que ele pegasse alguma roupa para que eu vestisse. Ele pegou um vestido e me entregou, protestei dizendo que queria roupas mais fechadas, iguais aos moletons que eu estava usando a semana inteira, mesmo estando em pleno verão. Ele argumentou dizendo que eu iria vestir a roupa que ele havia escolhido, após ele muito falar acabei cedendo aos seus argumentos e me vesti deitando novamente na cama. Percebi o olhar curioso de Bruno sobre mim.

Bruno: _Não vai descer pra falar com sua mãe?

Viviana: _Não tô me sentindo bem pra sair do quarto.

Bruno: _Vou falar pra elas virem aqui.

Viviana: _Tá.

Nos beijamos brevemente e Bruno saiu do quarto. Sozinha no quarto me levantei me apoiando nos móveis e caminhei assim até chegar ao armário, abri as portas, peguei algumas sacolas e caixas e sentei no chão. Fiquei olhando os exames que confirmavam minha gravidez e o sexo do meu menino. Quando ia abrir a sacola com as roupinhas e sapatinhos que me havia ganhado minha mãe entrou no quarto sendo seguida por minha avó e minha tia.

Luma: _Minha filha. Que saudade! (Falou se agachando para me abraçar)

Viviana: _Eu também mãe. Tia, você some, sinto sua falta.

Joana: _Não é por mal meu amor.

Cecília: _Tem espaço pra uma velha nessa roda?

Viviana: _Claro que tem vó. Senta aqui. (Puxei a cadeira do meu lado)

Luma: _O que estava fazendo?

Viviana: _Vendo as coisas do seu neto.

Falei naturalmente me esquecendo que nem ela e nem o restante das pessoas ali sabiam da minha gravidez. Vi ela me olhar confusa e abrir a boca algumas vezes para argumentar até achar as palavras certas e enfim se manifestar.

Luma: _Não seria neta? Você tem uma filha chamada Zoeh!

Joana: _Tá doida menina?

Viviana: _Não tô falando da minha princesa, e sim do príncipe que tá aqui dentro. (Coloquei as mãos na barriga)

Cecília: _Vivi você está grávida?

Viviana: _Sim!

Luma: _E você só me conta isso agora?

Viviana: _Com tudo o que aconteceu...

Joana: _Entendemos. Mas quando você descobriu?

Viviana: _Pouco antes do natal.

Cecília: _Podia ter nos contado antes.

Viviana: _Desculpe vó.

Continuamos conversando sobre minha gestação e eu lhe mostrei alguns dos presentes que havia ganhado para meu filho. A noite Camila levou meu jantar no quarto, jantei e logo dormi.

Uma semana depois do começo do meu tratamento psicológico eu estava menos amedrontada. Ainda não havia saindo do quarto, todas as manhãs Talita ia até lá para dar continuidade a minha terapia. No final da semana, numa sexta-feira mais precisamente, ela chegou me dizendo que teria mais um avanço no processo. Conversamos bastante, e alguns minutos antes da nossa sessão de terapia acabar ela juntou suas coisas e me chamou.

Talita: _Bom, hoje você vai voltar a transitar nessa casa.

Viviana: _Não Talita. Não tô me sentindo a vontade pra isso.

Talita: _Vem, confie em mim como você tem feito durante esses dias.

Talita me estendeu a mão e eu a segurei, saímos do quarto assim. Ela ia andando na frente enquanto eu a seguia, sempre segurando sua mão. Entramos no quarto de minha filha, estava tudo arrumadinho, parecia um quarto de princesa, e era o quarto da minha princesa. Depois fomos à minha sala de dança, passei a mão pelo quadro que havia ali com uma foto minha dançando, sorri timidamente. Subimos as escadas em direção à sala onde havia os instrumentos de Bruno e ao terraço. Ao chegarmos na varanda me lembrei das vezes que passei admirando a lua com Bruno. Voltamos ao corredor dos quartos e quis entrar no futuro quarto do meu filho, imaginei como ele ficaria quando estivesse mobilhado e pronto pra receber o bebê.

Após algum tempo nos cômodos do andar de cima, descemos e caminhamos até a cozinha, onde estavam Camila, Regina, tia Joana, minha mãe e minha avó. Talita entrou e anunciou que eu estava ali.

Talita: _Olha quem eu tirei do quarto!

Viviana: _Oi gente.

Regina e Luma: _Minha filha! (Falaram em coro arrancando risos meus)

Joana: _E está até rindo!

Cecília: _Isso é bom...

Viviana: _É sim vó.

Talita: _Bom, tô indo embora. Volto segunda.

Regina: _Obrigada pelo que tem feito por todos nós.

Talita: _É apenas meu trabalho.

Camila acompanhou Talita até a porta e logo voltou.

Viviana: _Camila, cadê o Bruno e a Zoeh?

Camila: _Ele foi trabalhar e levou a Zoeh junto.

Luma: _Filha quero conversar com você.

Viviana: _Tá bem.

Fomos até meu quarto, fechei a porta e pedi para ela dizer o que queria falar comigo.

Viviana: _Pode falar.

Cont...