sábado, 1 de junho de 2013

Cap. 125

Peguei Vivi no colo e segui para a entrada do pronto socorro. Coloquei Vivi sentada na cadeira da sala de espera e fui à recepção, comuniquei que era uma emergência e em alguns minutos um casal de enfermeiros veio com uma cadeira de rodas para levar Vivi ao consultório. Quando eles estavam se dirigindo ao corredor dos consultórios ela se manifestou e me chamou.

Viviana: _Bruno!
Bruno: _Oi meu amor.
Viviana: _Desculpa! Não fui forte o suficiente pra me defender!
Bruno: _Olha aqui, não se culpe. Já disse que você não tem culpa do ocorrido.
Viviana: _Te amo.
Bruno: _Te amo muito.

Vivi entrou no corredor e eu fiquei observando ela se afastar e me sentei no banco de espera. Fiquei pensando em tudo que havia acontecido, levei as mãos a cabeça, estava atordoado com tudo que havia acontecido. Acabei adormecendo enquanto esperava alguma notícia de Vivi. Fui acordado por um dos enfermeiros dizendo que eu já poderia ver Vivi, me levou até o leito onde ela estava e a vi deitada vendo TV.

Bruno: _Amor?!
Viviana: _Bruno! (Falou aliviada)
Bruno: _Se sente melhor?
Viviana: _Fisicamente sim, mas psicologicamente não.
Bruno: _Você é forte...

A olhava ternamente enquanto acariciava o rosto dela. Me sentei ao lado dela e apoiei a sua cabeça em meu peito, fiz cafuné na tentativa de acalma-la.

Viviana: _Cadê a Zoeh?
Bruno: _Com meus pais.
Viviana: _Quero ir pra casa... Não gosto desse lugar!
Bruno: _Quando o médico disser que você pode ir eu te levarei.
Viviana: _Tá bem! (Suspirou) Canta pra mim?
Bruno: _Que música?
Viviana: _Escolhe!
Bruno: _“Diga por que choras se eu te quero tanto/ Se a minha vida sempre foi te amar/ Diz qual o motivo/ Qual é o seu medo/ Se em meus pensamentos quero mais que um beijo/ Tenho tantos sonhos deixa eu te contar/ Tenho tantos planos se você ficar/ Sei que o futuro mora tão distante/ Mais não tenho medo estou apaixonado...”

Cantarolei algumas músicas no ouvido de Vivi até o médico que havia lhe atendido vir conversar com a gente sobre o ocorrido.

Médico: _Viviana, se sente melhor?
Viviana: _Um pouco!
Bruno: _Tá tudo bem com ela, com meu filho?
Médico: _Sim. Por Deus nem ela e nem o bebê sofreram sequelas.
Bruno: _Mas e o sangramento que ela teve?
Médico: _Provavelmente foi devido à brutalidade do ato sexual.
Viviana: _Meu filho não sofreu nada né?
Médico: _Não, e nem você. Mas recomendo um acompanhamento com psicólogo porque acontecimentos como esses costumam deixar traumas.
Bruno: _Pode deixar doutor.
Médico: _Bom, ela já pode ir pra casa. (Sorriu gentilmente)
Bruno: _Obrigado.
Viviana: _Obrigada!
Médico: _Não foi nada. É pra isso que vivo.

O médico saiu, fechando a porta atrás de si. Dei um beijo em Vivi que se levantou, com dificuldade, para se vestir, quis ajuda-la, mas ela dizia que queria fazer isso sozinha. Fiquei a observando pronto para ajuda-la se fosse necessário. Assim que ela terminou de se vestir a abracei pela cintura e fomos para o estacionamento. Entramos no carro e segui para nossa casa, ao chegar lá deparei com minha mãe dormindo no sofá com Zoeh no colo. Ajudei Vivi a ir para nosso quarto, depois peguei minha filha no colo e levei para seu quarto e fui acordar minha mãe.

Bruno: _Mãe... Acorda!
Regina: _Oi filho. Como a Vivi tá?
Bruno: _Tá abalada, mas graças a Deus não sofreu nenhuma sequela física.
Regina: _E o meu neto?
Bruno: _Também está bem. O médico disse que a Vivi vai precisar de um tratamento psicológico, mas isso eu vejo depois.
Regina: _Vou ficar uns dias aqui com vocês pra ela não ficar tão sozinha.
Bruno: _Obrigado. Cadê o pai, e todo mundo?
Regina: _Foi pra casa. A Renata, Liah, Patrícia, Camila e Kiko estão lá em cima.
Bruno: _Vou cobrar... Tão achando que minha casa é albergue? (Falei tentando descontrair o clima)
Regina: _Parece que sim. (Sorriu fraco) Biju, vou dormir que tô cansada.
Bruno: _Vai lá. Vou levar alguma coisa pra Vivi comer.
Regina: _Tá bem.

Minha mãe me deu um beijo no rosto e subiu as escadas em direção ao quarto. Fui na cozinha peguei algumas frutas, pães, geleias e suco para que Vivi comesse. Subi as escadas e ao chegar no topo parei em frente ao quarto de minha filha, abri a porta e vi Zoeh em seu berço e minha mãe deitada na cama que havia ali. Segui para meu quarto e encontrei Vivi de pijama sentada na beira da cama, me aproximei dela e coloquei a bandeja ao seu lado. Voltei para trancar a porta Vivi me olhou e protestou.

Viviana: _Biju, não tranca a porta.
Bruno: _Por quê?
Viviana: _Por nada... Só não tranca, por favor!
Bruno: _Tá bem.

Senti receio em sua voz. Coloquei a chave na prateleira que havia perto da porta e voltei para o lado de Vivi.

Bruno: _Come um pouco que vai te fazer bem.
Viviana: _Não quero.
Bruno: _Então come pelo nosso filho.
Viviana: _Tá bem! (Suspirou)
Bruno: _Ei moleque, o pai te ama! (Falei me aproximando da barriga)
Viviana: _Neném, desculpa a mamãe pelo que acontece... Não tive como evitar. (Falou chorando)
Bruno: _Já disse pra você não se culpar. O único culpado é aquele filho da mãe.
Viviana: _Amor, eu... Eu...
Bruno: _Você nada! Você é inocente. Temos que denunciar ele.
Viviana: _Não!
Bruno: _Por quê?
Viviana: _Ele disse que se eu falasse pra polícia ele ia me fazer algo ruim...
Bruno: _O que de pior ele pode fazer? Sei que você tá abalada com o que aconteceu, mas ele já tem vários crimes na ficha, esse só vai pesar mais.
Viviana: _Vou pensar. Prometo.
Bruno: _Tá bem. Agora me conta desse neném.
Viviana: _É um meninão... Vai ser parecido com o pai.
Bruno: _Cadê o exame pra eu ver?
Viviana: _Tem uma cópia na minha bolsa.

Me levantei para pegar o exame em sua bolsa e me emocionei ao ver que teria um filho, um meninão na minha casa. Senti lágrimas correrem por minha face, lágrimas de felicidade. Dobrei o papel e coloquei na mesinha de cabeceira e peguei Vivi no colo, a enchendo de beijos.

Bruno: _Obrigado, obrigado e obrigado!

Cont...

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