Viviana: _Quanta mulher na minha casa.
Assim fico com ciúme do meu marido.
Renata: _Boba! (Falou me abraçando)
Bruno: _Oi meninas! Vivi, vou lá no
quarto.
Viviana: _Tá bem! (Nos beijamos)
Yasmin: _Caramba. Como essa barriga tá
grande!
Renata: _Ai... Meu sobrinho lindo!
Viviana: _Você nem viu a cara e já diz
que é lindo?
Regina: _Sendo meu neto é lindo!
Camila: _Conta como foi o ultrassom.
Viviana: _Tudo perfeito. (Falei me
sentando no sofá) O Ryan está bem, saudável, gordinho e tem o nariz igual ao
meu! (Falei boba)
Yasmin: _É bom saber que nosso filho
está bem.
Regina: _É maravilhoso!
Viviana: _Realmente. Mas à que se deve
a visita de vocês?
Renata: _Já que até agora você não
falou sobre o chá de bebê, tomamos a iniciativa por você!
Regina: _E nem adianta dizer que não.
Viviana: _Vocês venceram. (Falei
levantando as duas mãos em sinal de rendição) O que pensaram?
Camila: _Vou pegar um suco pra gente.
Já volto!
Yasmin: _Tivemos mil ideias.
Elas me contaram animadas sobre o chá
de bebê, eu ria da empolgação delas. Combinamos data hora e local, decidi
participar dos detalhes com elas, ficamos de ver pequenas coisas mais pra
frente. Todas foram embora quando a noite começou a cair, me despedi delas e
fui até o quarto atrás de Bruno, estranhei o fato de ele e nem Zoeh não
descerem, vi tudo muito silencioso e abri a porta vagarosamente, quando
adentrei o quarto me encantei com a cena que vi. Bruno dormia abraçado com Zoeh
tranquilamente, me sentei ao lado dos dois e fiquei observando a feição serena
de Bruno e o ar inocente de minha filha. Me levantei da cama e fui para o
banheiro, tomei um banho relaxante, pesei meu hidratante e vesti apenas uma
camiseta que revelava minha lingerie através de seu tecido fino, voltei ao quarto
e me deitei ao lado de Bruno, dei um leve beijo em seus lábios e fiquei minutos
o observando. Levantei, peguei meu iPod, o livro que havia começado a ler,
Marley e Eu, e me sentei na poltrona que havia ali no quarto abrindo o livro na
página marcada e comecei a ler.
No meio da leitura, anotei em uma folha
algumas frases que achei marcante. Todas, ou quase todas me lembravam Ringo,
não sei se por ele ser da mesma raça do Marley ou se foi simplesmente por amar
aquele cão da mesma forma que o autor do livro amava aquele que ele denominava como
“o pior cão do mundo”. Ria silenciosamente com algumas peraltices do
protagonista do livro, era tão parecido com o cão de Bruno. Estava anotando uma
frase, distraidamente quando senti a respiração de Bruno em meu pescoço
acompanhado de sua voz rouca, por ter despertado a pouco, lendo a frase.
Bruno: _“Poderíamos ter comprado um
pequeno iate com o que nós gastamos com o nosso cachorro e tudo que ele
destruiu. Mas, me pergunto: quantos iates ficam esperando junto a porta o dia
inteiro até você voltar? Quantos vivem esperando a chance de subir no seu colo
ou descer a colina com você em um tobogã, lambendo o seu rosto?”. Hum...
Sugestivo!
Viviana: _Sugestivo?
Bruno: _Sim. Isso me lembra muito o
Ringo, a Grizly e todos os cachorros lá de casa, digo, da casa da minha mãe.
Viviana: _Esse livro inteiro me
lembrou o Ringo.
Bruno: _Tá em que página?
Viviana: _Duzentos e noventa e dois
indo pra duzentos e noventa e três.
Bruno: _E quantas páginas o livro tem?
Viviana: _Trezentas.
Bruno: _Você não leu, você devorou
esse livro. Começou a ler tem no máximo quinze dias.
Viviana: _Tempo de ócio dá nisso. Como
a obstetra mandou eu diminuir o ritmo de trabalho, de atividades físicas e
outras coisas, ler é o que me resta.
Bruno: _Ainda bem que você gosta de
ler. Qual o próximo livro da lista?
Viviana: _Tem “A Última Música”, “Alice
No País das Maravilha”, tô pra ler esse livro faz tempo, “O Menino do Pijama
Listrado”, “Anjos e Demônios” e o
clássico “O Pequeno Príncipe”.
Bruno: _Hum... Vamos ler “A Última
Música”!
Viviana: _Como assim vamos ler?
Bruno: _Vou ler, ou pelo menos tentar
com você.
Levantei da poltrona emitindo um som
patético e anasalado com através da boca, abracei o pescoço de Bruno o
beijando. Nos sentamos na poltrona abraçados, ficamos conversando coisas banais
e sobre nosso filho. Adormeci em seu colo, acordei na manhã seguinte
indisposta, cutuquei Bruno, ainda na cama, o chamando, ele resmungou um pouco e
após minhas tentativas insistentes me olhou um pouco desconfiado.
Bruno: _Fala o que te leva a me
acordar.
Viviana: _Tô passando mal!
Bruno: _O que você tá sentindo? (Falou
se levantando bruscamente)
Viviana: _Um enjoo muito forte. Meu
estômago tá embrulhado, com laço e tudo!
Bruno sorriu com meu comentário se
levantando indo até a cômoda para pegar o remédio que eu tomava quando tinha
enjoos, ele se sentou novamente ao meu lado e me entregou o comprimido junto
com um copo de água. Tomei o remédio sob seu olhar atendo, coloquei o copo no
chão e me deitei novamente me aconchegando nos braços dele. Naquela manhã não
fui trabalhar devido a minha indisposição. Cochilei e ouvi Zoeh entrar no
quarto e Bruno dizer “a mamãe tá dormindo porque ela acordou passando mal,
depois ela brinca com você”, minha filha se deitou ao meu lado e me abraçou com
seus bracinhos pequenos, senti paz naquele momento. Horas depois desci para
tomar café da manhã, comi algumas frutas assistindo televisão. Terminei de
comer e voltei a cozinhar para deixar a louça usada na pia, fui surpreendida por
Bruno me chamando, subi as escadas com ele parando em frente ao futuro quarto
de Ryan.
Bruno: _Tenho uma surpresa.
Viviana: _Me mostra.
Bruno tapou meus olhos com as mãos e
entrou comigo no quarto, minutos depois tirou suas mãos e mandou que eu abrisse
os olhos para que eu visse. Ele havia comprado a decoração que vimos no
shopping e eu disse que havia gostado para o quarto de nosso filho. Fiquei
olhando cada detalhe imaginando quando Ryan viesse ao mundo para preencher
aquele quarto e nossas vidas de alegria.
Viviana: _É tudo tão lindo!
Bruno: _Do jeito que você queria.
Viviana: _Exatamente. Olha filha o
quartinho do seu irmão! (Falei para Zoeh que entrava no quarto)
Zoeh: _Cadê eli?
Bruno: _Daqui a uns dias ele chega.
Zoeh: _Ah... (Senti desapontamento em
sua voz)
Nos sentamos no chão e ficamos
abraçados olhando cadê detalhe. Zoeh nos perguntava coisas sem sentido nos
fazendo rir com seus comentários infantis. Passamos horas ali como uma família
feliz, parecidas com essas de comerciais de margarina.
Após almoçarmos passamos na casa de
meu pai e fomos a casa da família de Bruno. Franco ao nos ver alargou um
sorriso em seus lábios, coloquei minha filha no chão e ela foi correndo em
direção a ele gritando “Vovô, vovô”.
Entramos na casa com Franco, que carregava Zoeh no colo, Regina ao ouvir
nossas vozes apareceu na sala, nos deu abraços apertados acompanhados de beijos
amorosos. Nos sentamos e ficamos conversando.
Regina: _Vivi, o Bruno me disse que
você passou mal. Como tá?
Viviana: _Tô bem. Foi só um enjoo
daqueles bem fortes.
Franco: _Meu filho tá cuidando bem de
você?
Bruno: _Claro que tô. Dela e da minha
filha.
Viviana: _Ele é totó zeloso comigo.
(Falei rindo) E um excelente pai pros nossos filhos.
Regina: _E você, tem cuidado da mamãe
princesa?
Zoeh: _Tô... Eu i papai! (Disse
apontando pra Bruno)
Franco: _E o Ryan?
Viviana: _Táa bem agitado hoje. Mais
cedo Bruno tava conversando com ele, fazendo carinhos e ele tava se mexendo
bastante.
Bruno: _A barriga dela chegou a ficar
deformada.
Leandro: _A barriga de quem ficou
deformada? (Falou entrando na sala)
Viviana: _A minha.
Leandro: _Por quê? (Perguntou
distraído)
Bruno: _Porque seu afilhado não parava
de se mexer.
Leandro: _O Ryan tá e... AFILHADO?! (Perguntou
incrédulo)
Viviana: _É... Seu afilhado!
Cont...
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