Cap. 140

Entrei no carro, e ouvi meu telefone tocar, olhei para o visor e não reconheci o número, resolvi não atender, se a pessoa insistisse eu atenderia. Coloquei minha bolsa no banco traseiro, afivelei o cinto de segurança e dei partida, via as construções passarem rapidamente diante de meus olhos, logo estava na frente do meu estúdio de dança. Estacionei meu carro, peguei minhas coisas e desci. Adentrei no espaço notando que ninguém ainda havia chegado, faltava uma hora pra as atividades começarem, aproveitei esse tempo para fazer nada, me sentei na cadeira da recepção e coloquei meus fones de ouvido. Liguei o player do celular numa lista de música qualquer e fiquei apenas lembrando da noite de ontem, a forma carinhosa que Bruno havia feito tudo se tornar mais especial me fez soltar uma risada boba, um tanto infantil. Só notei que não estava mais sozinha quando Liah sacudiu meus ombros tentando me acordar de um transe.

Viviana: _Credo. Precisa me sacudir assim?

Liah: _Tô te chamando há um tempão e você tá aí viajando.

Viviana: _Tava pensando numas coisas.

Liah: _Posso ter a honra de saber?

Viviana: _Tava pensando no meu marido.

Liah: _Grande coisa... Sou mais meu Allan.

Viviana: _Ainda bem. (Risos) Mas conta, porque me chamou tão insistentemente! (Falei mexendo nos cabelos)

Liah: _Nada... Ôpa!

Viviana: _Que foi? (Perguntei assustada)

Liah: _Tem uma mancha meio roxa, meio avermelhada na sua nuca!

Viviana: _Tem?

Liah: _Ahan... O que você andou aprontando ontem.

Viviana: _Nada! (Senti minha pele corar)

Liah: _Nada uma pinoia... Isso aí é um chupão!

Viviana: _Para!

Liah: _Não até você me contar o que aconteceu.

Viviana: _Transei com o Bruno ontem. Pronto, agora já sabe!

Liah _Meu DEUS! Até que enfim... Pensei que voltaria a ser virgem!

Viviana: _Cala a boca e vamos trabalhar que tá quase na hora.

Fomos trabalhar, Liah aproveitou todas as oportunidades para fazer piadinhas sobre a mancha que havia no meu pescoço. Dei minha aula normalmente, cumpri os horários e voltei para casa.

O tempo passou e com ela minha barriga foi se salientando, estava no sexto mês de gestação, Bruno se mostrava um pai babão, assim como na gravidez de Zoeh, ele fazia de tudo pra me ver contente. Acordei e Bruno já havia saído para trabalhar, me levantei e logo vi minha filha entrar no quarto como um pequeno furacão para me desejar bom dia.

Zoeh: _Bom dia mamãin. Bom dia imãojinho! (Disse beijando minha barriga)

Viviana: _Bom dia amor. Vou tomar banho e a gente vai tomar café da manhã.

Dei um beijo no rosto de minha filha e fui para o banheiro. Tomei banho e me vesti com dificuldade, a cada mês se tornava mais difícil fazer coisas do dia a dia, pois a barriga me atrapalhava. Desci as escadas, fui para a cozinha e ao chegar lá vi Zoeh sentada em sua cadeira e Camila colocando a mesa. Cumprimentei as duas e me sentei ao lado de minha filha.

Camila: _O que você vai comer?

Viviana: _Tô com vontade de comer omelete com queijo.

Camila: _Quer bacon também?

Viviana: _Uma boa ideia.

Camila: _Eu tava brincando, mas já que quer.

Alguns minutos depois Camila colocou o meu café da manhã na minha frente e eu comi, calmamente, saboreando cada coisa que comia. Ao terminar de comer me despedi de minha filha com um beijo na testa e pedi para Camila cuidar dela, como todas as vezes que eu saia. O táxi me esperava na frente de casa, peguei minha bolsa e segui para o estúdio de dança. Assim que cheguei minhas amigas vieram me paparicar, como sempre faziam. Alisaram, beijaram e conversaram com minha barriga, a cena estava completamente engraçada, elas diziam “Ryan, a mamãe tá cuidando direito de você?”, ou “Ryan, a gente quer ver seu rostinho!”. Após elas muito me paparicarem, digo, paparicarem minha barriga fui dar aula. Minhas aulas estavam cada vez mais amenas, passei a dar aula na turma infantil, pois o ritmo naquela turma era mais calmo. No horário de almoço saí para almoçar com minhas amigas, optamos por um restaurante que ficava próximo ao estúdio. Nos sentamos, fizemos nossos pedidos e ficamos conversando enquanto esperávamos.

Liah: _Meninas, preciso contar uma coisa.

Viviana: _O que?

Thayrine: _O que tem o Allan? (Falou revirando os olhos fingindo tédio)

Liah: _Por enquanto nada!

Patrícia: _Então?

Liah: _É sobre o seu marido e o seu namorido! (Falou apontando para mim e Patrícia respectivamente)

Thayrine: _Fala logo!

Liah: _O Fofuxo...

Viviana: _Que Fofuxo?

Liah: _O Allan!

Thayrine: _A tá!

Liah: _Então, o Allan disse que conversou com o Kiko e o Bruno sobre o aniversário deles e eles não pensaram em nada, mas como a gente não vive sem festa pensamos em comemorar o aniversário dos dois junto. E pra isso precisamos da ajuda de vocês.

Viviana: _Como?!

Thayrine: _O Fê me falou algo sobre isso também!

Liah: _Vocês ajudam vendo coisas como decoração, convidados e tal. Já que eles não tiveram como negar a festa.

Viviana: _Por mim tudo bem.

Patrícia: _Por mim também!

Almoçamos juntas, depois do almoço fui até a academia onde Bruno treinava o esperar para irmos à clínica onde eu faria ultrassom. Assisti ao final do treino e logo assim que terminamos fomos para a clínica. Chegamos no horário previsto pontualmente, preenchi algumas fichas e fui para o consultório. Janaína, a obstetra, nos recebeu sorrindo, o que me fez me sentir totalmente confortável, conversamos um pouco sobre a gestação, sobre minha alimentação e sobre o que eu podia ou não fazer e depois fomos para a sala de ultrassonografia. Me deitei na cama, Janaína levantou minha blusa e passou o gel para iniciar o processo. Ela mexia o aparelho sobre meu ventre nos mostrando cada detalhe de nosso filhos.

Janaína: _O Ryan tá chupando dedo, olha! (Disse apontando para a tela)

Viviana: _Olha que lindo amor!

Bruno: _Ele tem o nariz igual ao seu.

Janaína: _Tem mesmo, o nariz é igual ao da mãe. Mas ele também tem traços seus, ele é uma mistura perfeita dos dois.

Viviana: _Olha amor, ele tá gordinho!

Bruno: _Do jeito que você tá comendo ele também tá engordando.

Janaína: _E o mais importante, ele está saudável.

Bruno: _Graças a Deus.

Viviana: _Não vejo a hora de ter o Ryan em meus braços.

Janaína: _Aguenta que falta pouco.

Sorrimos da sala de ultrassonografia radiantes, parecíamos pais de primeira viagem. Janaína nos deu recomendações, pediu para que eu não tivesse estresses nem fizesse esforços, ouvi tudo atentamente e depois fomos para casa. Ao chegar vi Renata sentada no sofá ao lado de Yasmin, Natália, Camila e Regina, me animei ao vê-las e não consegui reprimir um sorriso bobo e inconsciente que se manifestava em meus lábios.

Cont...