Bruno:
_Tá tarde, tenta dormir.
Viviana:
_É sério, levanta amor!
Bruno:
_O que foi? (Perguntei a olhando)
Viviana:
_O Ryan... Acho que ele vai nascer.
Bruno:
_Não brinca amor.
Viviana:
_É sério! (Falou quase chorando)
Bruno:
_Ai meu Deus. Vou pegar a bolsa e já venho te buscar pra te levar pro carro.
Fui
ao quarto de Ryan e peguei a bolsa preparada para levar para a maternidade. Fui
correndo até o carro, a coloquei lá e voltei ao quarto. Quando entrei no quarto
vi Zoeh chorando ao lado da mãe. Fui conversar com ela.
Bruno:
_Que foi princesa?
Zoeh:
_A mamãin tá co dor.
Bruno:
_É que seu irmãozinho vai nascer. Você vai voltar pro quarto que o papai vai
levar a mamãe no médico e quando voltar eu trago o Ryan.
Zoeh:
_Qué ir junto.
Bruno:
_Tá bem. Chama a vovó lá no quarto dela.
Zoeh:
_Tá! (Saiu do quarto alegre)
Bruno:
_Vivi, você quer trocar de roupa né? (Ela afirmou com a cabeça) Vou te ajudar.
(POV
Viviana) Acordei no meio da noite sentindo dores muito fortes. Acordei Bruno,
ele adiantou as coisas necessárias, me ajudou a me vestir e logo estávamos a
caminho da maternidade. Regina estava indo conosco, ao chegarmos na maternidade
vi meu pai aflito. Me colocaram numa cadeira de rodas, esperei Bruno preencher
o formulário necessário, burocracia irritante. Quando a enfermeira ia me levar
à sala de parto, chamei Bruno, e com os olhos marejados conversei com ele.
Viviana:
_Amor, você vai estar comigo né?!
Bruno:
_Vou trocar de roupa e logo eu tô lá com você.
Viviana:
_Não demora! (Falei deixando uma lágrima escorrer)
Bruno:
_Me espera. (Enxugou minha lágrima com seu dedo polegar) Te amo.
Viviana:
_Também te amo.
Dei
um breve beijo em Bruno e me encaminhei à sala de parto. O corredor gélido,
branco e silencioso do hospital me dava mais medo do que já estava. Ao chegar ao
leito, trocaram minha roupa e ficaram esperando que meu corpo estivesse o
suficiente dilatado para o parto. Estava sozinha naquele quarto que cheirava a éter
e era tão claro que me dava dor de cabeça. A única coisa que eu queria era a
companhia do meu marido. De minuto em minuto uma enfermeira, extremamente
séria, entrava para ver minha dilatação, na quinta ou quarta vez que ela estava
ali verificando, ela me dirigiu a sala de parto. Meu coração apertou ao entrar
ali, só pensava em Bruno, onde ele estaria, até que vi um dos médicos se
dirigirem até mim com os olhos sorrindo, olhos castanho claro, quase cor de
mel. Aquele era meu marido, meu Bruno, meu Biju, senti paz naquele momento.
Bruno:
_Vai dar tudo certo.
Viviana:
_Tô com medo.
Bruno:
_Já passamos por isso antes, vai dar tudo certo. Confia nisso.
Bruno
beijou minha testa e os médicos me puseram na cama.
Viviana:
_AAAAAAAAAAAAAAAAAH...
Senti
uma contração que me fez gritar, aposto que metade do prédio ouviu meu grito.
Junto com o grito um choro se fez presente, senti a mão de Bruno acariciar meu
rosto. O médico me disse para que eu não tivesse medo, em pouco tempo meu filho
iria nascer.
Novamente
soltei um grito estrondoso, esse deu pra ser ouvido a quadras dali. O médico
ordenou que eu fizesse força, assim fiz. Eu suava, gritava, e chorava, muito,
estava completamente nervosa com a situação. Não via a hora daquilo tudo acabar
e ter meu filho em minhas mãos. A cada contração que vinha eu fazia mais força,
ao mesmo tempo Bruno, que estava abaixado ao meu lado, me dizia palavras
confortantes na expectativa de me acalmar. Senti mais uma contração e nessa
senti uma dor incomum, não contive o grito, quando parei de gritar pude ouvir o
choro de meu filho. Senti meu corpo tremer de nervosismo. Ryan Rezende Scornavacca
nasceu dia 08 de julho de 2012, em São Paulo capital, pesando 3,900 quilos e
medindo 51 centímetros. Bruno, cortou o cordão umbilical de Ryan, o médico o
limpou e o colocou em meu colo, ele chorava fazendo beicinho, aquilo me matava.
Viviana:
_Demorou pra nascer meu amor. Tava todo mundo te esperando.
Médico:
_Vou levar ele pra fazer os exames de rotina e logo você fica com ele.
Entreguei
meu filho ao médico e a enfermeira me levou ao leito. Tomei banho, me vesti e
fiquei no quarto esperando que a enfermeira levasse Ryan para a primeira
mamada. Meu filho mamava me olhando, aqueles grandes e intensos, tão
expressivos, pareciam dizer mais do que eu podia ver. Eu contemplava a beleza
de meu filho, estava tão compenetrada em gravar todos os traços de meu filho
que não percebi quando minha família se aproximou. Todos faziam silêncio com
medo de assustar Ryan, Zoeh veio em minha direção com olhos extremamente
curiosos pedindo para ver seu irmão, tirei a manta que cobria parte de seu
rosto e me abaixei o máximo que eu pude para que ela visse.
Viviana:
_Olha meu amor, esse é seu irmão.
Zoeh:
_Bunito.
Viviana:
_Você gostou?
Zoeh:
_Uhum... Eli é meu!
Viviana:
_É sim! (Falei sorrindo)
Regina:
_Me deixa ver. (Disse se aproximando) Meu Deus, ele é lindo. Parece tanto com
você.
Viviana:
_Obrigada. Cadê o Bruno?
Regina:
_Tá com seu pai assinando alguns papéis.
Viviana:
_Quero ele aqui. (Disse manhosa)
Regina:
_Logo ele vem. Agora descansa, você se esforçou muito no parto.
Regina
deu um beijo em minha testa e fez o mesmo com Ryan, Zoeh ao ver sua avó fazendo
esse gesto a imitou fazendo o mesmo. Sorri internamente com aquilo. Alguns
minutos depois a enfermeira pegou Ryan dizendo que iria levar pro berçário, ela
usava uma máscara, como a maioria das enfermeiras, mas pude ver seus olhos, que
pareceram familiares naquele momento, mas estava tão cansada que não me
importei. Adormeci minutos depois.
(POV
Bruno) Após o nascimento de meu filho tive que ir assinar alguns documentos de
praxe, Miguel foi junto comigo, ele parecia nervoso para ver seu neto. Assinei
os papéis necessários e me dirigi ao leito onde Ryan e Vivi estavam. Enquanto
caminhava no corredor que dava para o quarto vi uma enfermeira e fui lhe
perguntar sobre meu filho.
Bruno:
_Licença... Você sabe me dizer se o bebê do quarto 204 está no berçário?
Enfermeira:
_Tem alguns minutos que o coloquei lá. Vocês são parentes?
Bruno:
_Eu sou o pai e ele o avô.
Enfermeira:
_Ah sim... É só irem até lá e se identificarem.
Bruno:
_Obrigado.
Fui
com Miguel para o berçário e ao entrar chamei uma das enfermeiras e me
identifiquei perguntando por meu filho, a enfermeira me indicou o lugar e fui
até lá chegando lá vi uma das enfermeiras saindo do berçário com ele, a segui
curiosamente, pude a ouvir praguejar, reconheci aquela voz. Não podia ser.
Bruno:
_Ei... Devolve meu filho!
Cont...
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