sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cap. 72


Viviana: _AH!

Falei a puxando pelo braço pra desviar de uma moto que se aproximava, ela com o susto me abraçou, pude sentir seus batimentos cardíacos se acelerarem. Fiquei a acalmando ali mesmo na calçada.

Bruno: _Calma. Foi só um susto!
Viviana: _E que susto!
Bruno: _Tá mais calma?
Viviana: _Sim.

Segurei em sua mão e voltamos a caminhar em direção ao restaurante. Soprava um vento gelado por nossas faces, podia ver as bochechas de Vivi coradas pelo frio contrastando com sua pele branca. Entramos no restaurante, sentamos e pedimos nosso jantar. Ficamos conversando enquanto esperávamos nosso jantar, falamos sobre nossa filha, nossa casa, de tudo que estava em nosso cotidiano. Nosso jantar chegou, comemos e voltamos ao chalé. Dormimos um pouco até dar a hora de voltarmos a São Paulo.
Acordei meia hora antes de Vivi, peguei nossa bagagem e pus no porta-malas do carro e voltei ao chalé. Vivi ainda dormia, fiquei vendo televisão esperando que ela acordasse. Minutos se passaram e ela não levantou, fui ao quarto na intensão de acorda-la, mas ao vê-la dormindo tão calmamente perdi a coragem. Peguei as roupas e as coisas que não havia levado para o carro e guardei no porta-malas junto com as outras coisas. Peguei Vivi no colo e levei até o carro, a coloquei no banco do carona, afivelei o cinto de segurança e coloquei um manto por cima dela. Tranquei o chalé, dei as chaves para o vigia e entrei no carro.
Pegamos a estrada, era pouco mais de onze e quarenta da noite e de acordo com meus cálculos levaríamos duas horas e meia, no máximo três horas para chegarmos em casa. Liguei o rádio e fiquei ouvindo Guns ‘n Roses num volume baixo para não acordar Vivi. A estrada estava silenciosa e pouco movimentada, os únicos sons que eu ouvia dentro daquele carro eram a música, minha respiração e a de Vivi. Parei para abastecer o carro, aproveitei para comprar um suco na loja de conveniência do posto, quando voltei ao carro Vivi estava acordada.

Viviana: _Por que não me acordou?
Bruno: _Você estava tão linda dormindo que não tive coragem.
Viviana: _Ai Biju, podia ter me chamado, não ia reclamar.
Bruno: _Enfim... A gente já tá no meio do caminho.
Viviana: _Sonhei com nossa filha.
Bruno: _Foi bom?
Viviana: _Foi! Sonhei que ela tava estudando. Lindinha...
Bruno: _Em breve. Tô com saudade dela!
Viviana: _Eu também. Aposto que quando ela te ver vai sair gritando “papai, papai”... Hahaha.
Bruno: _E em seguida começar a tagarelar coisas que só ela entende.

Ficamos rindo e comentando sobre nossa filha. Nossa viagem estava sendo agradável, vez ou outra Vivi acariciava meu rosto e eu retribuía com sorrisos. Cantamos durante o trajeto. Vivi voltou a dormir e eu continuei dirigindo.
Ao chegar em casa acordei Vivi calmamente e entramos. Fomos direto para nosso quarto, ela caminhava cambaleante por causa do sono, a abracei e fui a conduzindo pelo corredor. Dormimos e na manhã seguinte Vivi foi trabalhar cedo, acordei quase meio-dia.
Passei parte algumas horas me organizando para a tarde ir ao estúdio ver as músicas novas. Combinei com Vivi de nos encontrarmos no estúdio, fiz a mesma coisa com meus irmãos. Tomei banho peguei minhas coisas e segui para o estúdio, ao chega lá vi minha filha brincando com Kiko, a chamei com um enorme sorriso no rosto.

Bruno: _Zoeh!
Zoeh: _PAPAI!

Ela veio em minha direção, a peguei no colo e a abracei. Fiquei conversando com meus irmão enquanto Zoeh brincava com uma boneca sentada em meu colo. Ouvi as músicas e dei minha opinião, disse o que havia me agradado, o que podia melhorar e o que havia achado sem graça.

Kiko: _O que achou?
Bruno: _Tem umas que são ótimas. E tem umas que são boas, mas precisam de um arranjo melhor.
Leandro: _Quais?
Bruno: _Essa “Que mulher é essa?” e “Tem dias” achei super pra cima. As fãs vão adorar.
Kiko: _Então, bora gravar?
Bruno: _Se a Zoeh deixar.
Leandro: _Deixa que eu levo ela lá pra casa, a mãe fica com ela.
Bruno: _Obrigada.

Leandro saiu com Zoeh no colo e poucos minutos depois voltou. Gravamos algumas músicas, ajeitamos o que não agradava, refizemos o que tinha erros e depois fomos conferir. Comentamos todos os detalhes, e quando estávamos acabando de conferir Vivi entrou no estúdio.

Viviana: _Oi gente.
Kiko: _Vivi, precisamos da sua opinião.
Viviana: _Minha por quê?
Leandro: _Porque antes de entrar pra família você era nossa fã.
Viviana: _E ainda sou. Mas dá pra me explicar?
Bruno: _A gente tá ouvindo as músicas que gravamos e estamos num empasse. Cada um acha uma coisa da música.
Viviana: _Coloca pra eu ouvir e dar minha opinião.

Coloquei a música para que Vivi ouvisse. Leandro havia gostado do resultado, que realmente estava bom, porém Kiko e eu concordamos que faltava algo. Vivi, prestava atenção nos mínimos detalhes da música, analisava minuciosamente e ao termina ela deu seu parecer.

Viviana: _Tá bom, mas concordo que falta algo.
Leandro: _O que?
Viviana: _Nessa parte você pode usar umas notas mais agudas, assim, “Pela última vez/ Pela última vez/ A nossa despedida uma noite de amor...” (Cantou mostrando pra Leandro o que ela havia pensado).
Leandro: _Ok! “Pela última vez/ Pela última vez/ A nossa despedida uma noite de amor...” Assim?
Viviana: _Isso!
Kiko: _Entra lá pra gravar.

Leandro entrou na sala de gravação e começou a cantar, Kiko, Vivi e eu nos entreolhávamos como sinal de aprovação às modificações que estávamos fazendo. Ao terminar de gravar ouvimos o resultado final de “Pela última vez”, todos gostamos e ficamos comentando.

Kiko: _Vivi, a música ficou muito melhor agora.
Leandro: _Ficou da hora.
Bruno: _Minha mulher sempre tem uma visão legal das coisas.
Viviana: _Mas a música ajuda. Ela é linda... (Falou com cara de que algo não lhe agradava)
Bruno: _Por que essa cara?
Viviana: _Não sei, algo nela mexeu comigo.
Kiko: _Não é nada.
Leandro: _É, tem músicas que mexem com a gente.
Viviana: _Deve ser isso mesmo. Cadê minha filha?
Bruno: _Com minha mãe, vamos lá.

Saí do estúdio abraçado com Vivi. Notei uma certa tristeza em seus olhos, ela dizia ser só cansaço, porém seus olhos não mentiam e me diziam que havia algo além do cansaço. Entramos na casa dos meus pais, fomos recebidos por minha mãe, conversamos com ela e pegamos nossa filha. Voltamos pra casa.
Camila ao ver Zoeh logo a pegou e ficou brincando com ela. Enquanto Vivi tomava banho aproveitei pra ficar conversando com Camila.

Cont...

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