Kiko: _Oi amor.
Patrícia: _Oi, tudo bem?
Kiko: _Tudo e você?
Patrícia: _Também. Amor, lembra
daquela sala que o balé ensaiava no estúdio?
Kiko: _Sim.
Patrícia: _Então, você sabe onde
compraram os equipamentos. Tipo, barra de exercícios, som, essas coisas?
Kiko: _Quem sabe é o pai. Aliás,
metade daquelas coisas estão num depósito sem uso. Por quê?
Patrícia: _Eu e as meninas vamos monta
um estúdio dança e queremos saber pra comprar o equipamento.
Kiko: _Vou falar com o pai... Capaz
dele até dar o equipamento pra vocês já que estão inutilizados mesmo.
Patrícia _Te agradeço se falar com
ele.
Kiko: _Mais tarde a gente se vê?
Patrícia: _Sim, vou lá pro seu apê.
Kiko: _Vou ficar te esperando. Beijo.
Patrícia: _Beijo.
Desligamos o telefone e ficamos
conversando, imaginando como seria trabalhar ali. Ficamos durante horas planejando
horários, decoração organização da rotina que teríamos ali. Liah estava empolgada,
falava gesticulando com as mãos freneticamente, Patrícia como sempre comentava
tudo mostrando sua “seriedade” e eu sonhava acordada com tudo aquilo.
Liah: _Meninas, precisamos arrumar
isso o quanto antes.
Patrícia: _Se conseguirmos tudo,
equipamentos, divulgação essa semana, em um mês poderemos abrir as portas.
Viviana: _Quero isso o quanto antes.
Vou pedir pra Rê fazer uns flayers pra divulgação.
Liah: _Boa ideia.
Patrícia: _Vai ser uma boa ajuda.
Viviana: _Gente, já são cinco e meia,
vou passar na casa da Rê e depois vou pra casa. Vão ficar aqui?
Liah: _Não, vou sair com o Allan.
Patrícia: _E eu vou passar em casa e
depois vou pra apê do Kiko.
Viviana: _Então até mais.
Me despedi de minhas amigas com beijos
no rosto e fui até onde deixei o carro. Entrei e liguei o rádio, Bruno havia
deixado um cd no rádio, apertei o play e comecei a ouvir, vi que no novo cd haviam
novas músicas do KLB, músicas que entrariam no próximo álbum. Resolvi ouvi-lo,
algumas músicas ainda não conhecia, outras eu os vi gravar. Quando tocou “Pela Última Vez” senti a mesma sensação estranha da primeira vez que a ouvi
finalizada, porém algumas lágrimas rolaram dessa vez. Continuei escutando as
músicas até chegar à casa de Renata. Toquei a campainha e ela veio atender.
Renata: _Vivi, tava com saudade.
Viviana: _Eu também.
Renata: _Entra, por pouco você não me
pega em casa. Acabei de chegar do trabalho.
Viviana: _Tava precisando da sua
ajuda.
Renata: _É só dizer em que!
Expliquei sobre o estúdio de dança e
ela me apoiou oferecendo sua ajuda sempre que fosse necessário. Assim que falei
dos flayers ela me levou ao seu quarto e me mostrou alguns que havia feito,
disse como imaginava e queria os do estúdio explicando o que estava na minha
mente. Na mesma hora ela criou um esboço e me mostrou, era exatamente como
imaginei, sorri em aprovação.
Viviana: _Exatamente assim.
Renata: _Amanhã passo pro computador e
assim que terminar te mando.
Viviana: _Te agradeço.
Renata: _Que carinha é essa? Tá
preocupada com algo?
Viviana: _Não. Nem sei que cara é...
Não liga, acho que sou bipolar.
Renata: _Credo... Sua boba.
Viviana: _Deixa eu com minhas piadinhas
ruins.
Renata: _E minha sobrinha?
Viviana: _Tá com o pai em casa.
Renata: _Podia ter trago ela.
Viviana: _Eu tava no estúdio.
Renata: _Perdoada, mas da próxima vez
não entra sem ela.
Viviana: _Nossa, me senti um nada
agora.
Renata: _Dramática! (Falou me
abraçando)
Viviana: _Rê, o papo tá bom, mas
preciso ir pra casa.
Me despedi de Renata e fui para casa,
o trânsito estava intenso o que tornou o tráfego difícil. Peguei um
engarrafamento em uma das vias e resolvi ligar para Bruno avisando que me
atrasaria.
Viviana: _Biju.
Bruno: _Oi. (Disse num tom estranho)
Viviana: _Tô ligando pra avisar que tô
num mega trânsito e vou demorar pra chegar.
Bruno: _Uhum...
Viviana: _Até mais. Beijo!
Bruno: _Tá.
Estranhei a atitude de Bruno e fiquei
pensando o que poderia ter o feito ficar tão mal humorado. Dirigi confusa por
entre as vias que levavam a minha casa. Ao chegar coloquei o carro na garagem e
entrei com bolsas, papéis e várias outras coisas. Tudo estava quieto, chamei e
ninguém respondeu. Deixei minhas coisas na sala e fui para o quarto. Caminhei cautelosamente
pensando que Bruno estivesse dormindo, porém ao entrar no quarto vi que ele não
estava ali, pensei por alguns segundos onde poderia estar e sai. Passei no
quarto de Zoeh a vi dormindo, dei um beijo na testa dela e fui para o quintal.
Ao chegar próximo a piscina o vi sentado de costas para a casa, sorri de leve e
fui ao encontro dele. O chamei e ele não virou para trás e nem respondeu,
fiquei confusa com sua atitude e me aproximei. Parei em sua frente o encarando,
mordia meus lábios inferiores com tanta força e pressa que por pouco não os
feri. Bruno tinha dúvida, raiva e decepção em seu olhar, tentava decifrar algo
que não me era perceptível. Durante longos minutos nos encaramos sem dizer nada
até eu me encorajar e tomar iniciativa.
Viviana: _O que está acontecendo?
Bruno não me respondeu e continuou a
me olhar com ar desafiador. Estremeci com medo, pela primeira vez senti medo da
atitude dele. Insisti na pergunta esperando resposta.
Viviana: _Tô falando com você. Pode me
dizer o que você tem?
Cont...
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