terça-feira, 9 de abril de 2013

Cap. 76


Kiko: _Oi amor.
Patrícia: _Oi, tudo bem?
Kiko: _Tudo e você?
Patrícia: _Também. Amor, lembra daquela sala que o balé ensaiava no estúdio?
Kiko: _Sim.
Patrícia: _Então, você sabe onde compraram os equipamentos. Tipo, barra de exercícios, som, essas coisas?
Kiko: _Quem sabe é o pai. Aliás, metade daquelas coisas estão num depósito sem uso. Por quê?
Patrícia: _Eu e as meninas vamos monta um estúdio dança e queremos saber pra comprar o equipamento.
Kiko: _Vou falar com o pai... Capaz dele até dar o equipamento pra vocês já que estão inutilizados mesmo.
Patrícia _Te agradeço se falar com ele.
Kiko: _Mais tarde a gente se vê?
Patrícia: _Sim, vou lá pro seu apê.
Kiko: _Vou ficar te esperando. Beijo.
Patrícia: _Beijo.

Desligamos o telefone e ficamos conversando, imaginando como seria trabalhar ali. Ficamos durante horas planejando horários, decoração organização da rotina que teríamos ali. Liah estava empolgada, falava gesticulando com as mãos freneticamente, Patrícia como sempre comentava tudo mostrando sua “seriedade” e eu sonhava acordada com tudo aquilo.

Liah: _Meninas, precisamos arrumar isso o quanto antes.
Patrícia: _Se conseguirmos tudo, equipamentos, divulgação essa semana, em um mês poderemos abrir as portas.
Viviana: _Quero isso o quanto antes. Vou pedir pra Rê fazer uns flayers pra divulgação.
Liah: _Boa ideia.
Patrícia: _Vai ser uma boa ajuda.
Viviana: _Gente, já são cinco e meia, vou passar na casa da Rê e depois vou pra casa. Vão ficar aqui?
Liah: _Não, vou sair com o Allan.
Patrícia: _E eu vou passar em casa e depois vou pra apê do Kiko.
Viviana: _Então até mais.

Me despedi de minhas amigas com beijos no rosto e fui até onde deixei o carro. Entrei e liguei o rádio, Bruno havia deixado um cd no rádio, apertei o play e comecei a ouvir, vi que no novo cd haviam novas músicas do KLB, músicas que entrariam no próximo álbum. Resolvi ouvi-lo, algumas músicas ainda não conhecia, outras eu os vi gravar. Quando tocou “Pela Última Vez” senti a mesma sensação estranha da primeira vez que a ouvi finalizada, porém algumas lágrimas rolaram dessa vez. Continuei escutando as músicas até chegar à casa de Renata. Toquei a campainha  e ela veio atender.

Renata: _Vivi, tava com saudade.
Viviana: _Eu também.
Renata: _Entra, por pouco você não me pega em casa. Acabei de chegar do trabalho.
Viviana: _Tava precisando da sua ajuda.
Renata: _É só dizer em que!

Expliquei sobre o estúdio de dança e ela me apoiou oferecendo sua ajuda sempre que fosse necessário. Assim que falei dos flayers ela me levou ao seu quarto e me mostrou alguns que havia feito, disse como imaginava e queria os do estúdio explicando o que estava na minha mente. Na mesma hora ela criou um esboço e me mostrou, era exatamente como imaginei, sorri em aprovação.

Viviana: _Exatamente assim.
Renata: _Amanhã passo pro computador e assim que terminar te mando.
Viviana: _Te agradeço.
Renata: _Que carinha é essa? Tá preocupada com algo?
Viviana: _Não. Nem sei que cara é... Não liga, acho que sou bipolar.
Renata: _Credo... Sua boba.
Viviana: _Deixa eu com minhas piadinhas ruins.
Renata: _E minha sobrinha?
Viviana: _Tá com o pai em casa.
Renata: _Podia ter trago ela.
Viviana: _Eu tava no estúdio.
Renata: _Perdoada, mas da próxima vez não entra sem ela.
Viviana: _Nossa, me senti um nada agora.
Renata: _Dramática! (Falou me abraçando)
Viviana: _Rê, o papo tá bom, mas preciso ir pra casa.

Me despedi de Renata e fui para casa, o trânsito estava intenso o que tornou o tráfego difícil. Peguei um engarrafamento em uma das vias e resolvi ligar para Bruno avisando que me atrasaria.

Viviana: _Biju.
Bruno: _Oi. (Disse num tom estranho)
Viviana: _Tô ligando pra avisar que tô num mega trânsito e vou demorar pra chegar.
Bruno: _Uhum...
Viviana: _Até mais. Beijo!
Bruno: _Tá.

Estranhei a atitude de Bruno e fiquei pensando o que poderia ter o feito ficar tão mal humorado. Dirigi confusa por entre as vias que levavam a minha casa. Ao chegar coloquei o carro na garagem e entrei com bolsas, papéis e várias outras coisas. Tudo estava quieto, chamei e ninguém respondeu. Deixei minhas coisas na sala e fui para o quarto. Caminhei cautelosamente pensando que Bruno estivesse dormindo, porém ao entrar no quarto vi que ele não estava ali, pensei por alguns segundos onde poderia estar e sai. Passei no quarto de Zoeh a vi dormindo, dei um beijo na testa dela e fui para o quintal. Ao chegar próximo a piscina o vi sentado de costas para a casa, sorri de leve e fui ao encontro dele. O chamei e ele não virou para trás e nem respondeu, fiquei confusa com sua atitude e me aproximei. Parei em sua frente o encarando, mordia meus lábios inferiores com tanta força e pressa que por pouco não os feri. Bruno tinha dúvida, raiva e decepção em seu olhar, tentava decifrar algo que não me era perceptível. Durante longos minutos nos encaramos sem dizer nada até eu me encorajar e tomar iniciativa.

Viviana: _O que está acontecendo?

Bruno não me respondeu e continuou a me olhar com ar desafiador. Estremeci com medo, pela primeira vez senti medo da atitude dele. Insisti na pergunta esperando resposta.

Viviana: _Tô falando com você. Pode me dizer o que você tem?

Cont...

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