Bruno: _Me
diz você?
Viviana:
_Não sei. Tô falando de boa com você que fica nessa grosseria comigo. O que eu
te fiz?
Bruno:
_Isso!
Bruno jogou
várias fotos em cima de mim e saiu andando. Fiquei olhando ele sair dando
passos fortes e apressados, abaixei e peguei as fotos no chão que para minha
surpresa eram minhas com um cara que nunca vi na vida. Recolhi as fotos e fui
correndo desesperada atrás de Bruno, não queria que pensasse algo errado,
embora estivesse óbvio seu pensamento.
Entrei em
casa como um furacão e subi as escadas correndo, tropeçando em meus próprios
pés. Ao chegar em nosso quarto o vi sentado em nossa cama. Me pus a sua frete e
me agachei para falar com ele.
Viviana:
_Vamos conversar?
Bruno: _Comece
me explicando essas imagens.
Viviana:
_Não tem explicação, nunca vi esse cara na vida. Isso foi armação de alguém que
não quer ver juntos.
Bruno:
_PARA! Quer que eu acredite nisso como?! Olha as fotos, você tava dormindo
abraçada a esse cara, e pelo que pude ver usando poucas, ou melhor, QUASE NENHUMA
ROUPA!
Viviana:
_NÃO GRITA COMIGO! Eu estou conversando direito com você e gostaria que você
também falasse educadamente comigo.
Bruno: _Não
tem educação do mesmo jeito que não teve quando você me traiu com esse cara.
Viviana: _Eu
não te traí. Poxa, pensei que confiasse em mim!
Bruno: _E eu
confiava até ver essas fotos. E não tente negar que depois dessas fotos não tem
argumento.
Viviana:
_Lembra que eu te disse que não desistiria de você?! Tô cumprindo minha
promessa, mas preciso da sua colaboração.
Bruno: _Não
vou colaborar, não tenho porque colaborar.
Viviana: _É
assim que você quer?
Bruno: _É! E
tô indo pra casa dos meus pais...
Viviana:
_Não... Não se preocupe, essa casa não é minha, você que comprou. Eu saio.
Bruno: _A
casa é da nossa filha.
Viviana:
_Exato, a casa é dela e não minha.
Bruno: _Não
é porque nossa história terminou aqui que você precisa sair.
Parei alguns
instantes e fiquei observando Bruno, eu não conhecia aquele lado dele. Tanta
raiva, fúria e desconfiança em seu olhar me dava medo. Tive medo de perder tudo
que construímos. Olhei em seus olhos com lágrimas no olhar e fui ao armário.
Coloquei todas as minhas roupas e documentos em malas. Não ficaria mais nenhum
segundo naquela casa, não suportaria lidar com a desconfiança de Bruno.
Bruno: _Já
disse que você não precisa sair daqui.
Viviana:
_Depois de tudo que você me disse... Você duvidou de mim, dos meus sentimentos
por você. Sempre fui fiel, te amei, respeitei, nunca dei motivos pra desconfiar
e você vem com essas atitudes. Não! Tenho minha dignidade e orgulho, não vou
ficar aqui. Ah... E o carro que você me deu, toma as chaves, você comprou, ele
é seu!
Bruno: _Não
seja ridícula. Te dei e é seu.
Viviana:
_RIDÍCULA?! ME POUPE! NÃO QUERO NADA SEU, NÃO DEPOIS DO QUE ME FEZ!
Bruno: _EU TE
FIZ?! QUEM ME TRAIU FOI VOCÊ!
Viviana: _SE
VOCÊ QUER ACREDITAR NISSO O PROBLEMA É SEU TÔ EM PAZ COM A MINHA CONSCIENCIA.
Fechei as
malas e as coloquei na porta da sala, fui ao quarto de Zoeh e peguei algumas de
suas roupas e coisas e coloquei em outras malas. A peguei no colo e desci com
todas as mala, minhas lágrimas rolavam de meu rosto sem que eu pudesse impedir,
arrumei as malas, peguei o telefone e pedi um táxi que em pouco minutos chegou.
Ajudei o taxista a arrumar as malas e quando ia entrar no carro Bruno me
segurou pelo braço.
Viviana: _Me
solta!
Bruno: _Já
disse pra você ficar.
Viviana:
_Não vou ficar, mas pode ficar tranquilo que não vou te proibir de ver a Zoeh.
Quando quiser a ver peça pra sua mãe, pai ou irmãos me ligarem, não quero mais
falar com você.
Puxei meu
braço bruscamente e entrei no táxi. Não sabia pra onde ir, não queria que Bruno
me encontrasse. Quando estávamos saindo do condomínio recebi um telefonema de
Renata, atendi chorosa.
Viviana:
_Alô.
Renata:
_Vivi, que voz é essa?
Viviana: _Aconteceram
coisas agora. Tô mal...
Renata:
_Onde você tá?
Viviana: _Tô
dentro do táxi pensando pra onde ir.
Renata:
_Nossa... O caso é sério. Vem aqui pra casa, passa a noite aqui.
Viviana:
_Olha, não vou negar. Vou sim, até daqui à pouco.
Renata:
_Beijo.
Desliguei o
telefone e pedi para o taxista seguir até a casa de Renata. Cheguei lá, o
taxista me ajudou a levar as malas até a porta, Renata já me esperava na porta.
Ao vê-la a abracei, com Zoeh nos braços e comecei a chorar, ela me pôs sentada e
foi pagar o taxista, entrou na sala novamente, pegou Zoeh e levou até seu
quarto. Ao voltar se sentou ao meu lado e com um gesto mudo me fez contar o que
havia acontecido. Entre soluços comecei a narrar à história.
Viviana: _O
Bruno. Me ofendeu, me humilhou.
Renata:
_Como assim?
Viviana:
_Quando cheguei em casa ele estava estranho. Fui ver o que ele tinha e ele
jogou na minha cara fotos minhas com um homem que nunca vi. Juro que nunca vi
aquele homem (Disse num choro desesperado), não sei como ele estava nas fotos.
Renata:
_Calma. Respira fundo...
Viviana:
_Foi tentar conversar com ele e ele me acusou. Tentei, mas não tenho como
argumentar com essas fotos, também não tenho como suportar as acusações dele.
Renata:
_Amanhã vou falar com ele.
Viviana:
_Não! Agora ele vai ter que vir atrás de mim! Ele me fez prometer que eu
lutaria por ele, por mim, por nós (Uma lágrima escorreu de meus olhos) enquanto
pudesse. Eu tentei, mas ele me jogou na cara coisas que não fiz. Não me deixou
nem falar, e mesmo se deixasse, fiquei tão nervosa com isso tudo que não
consegui me defender.
Renata:
_Respeito a sua decisão. Mas quero que você descanse, e que fique em casa
amanhã.
Viviana:
_Não, minha filha depende de mim. Não quero depender do Bruno pra me sustentar.
Renata: _Mas
a Zoeh é filha dele e tem direito a pensão.
Viviana:
_Não discuto isso, ela tem direito e vai receber. Mas eu não vou viver do
dinheiro dele, ele já me ajudou sim quando precisei e agora eu sou só, por mim
e pela Zoeh.
Renata:
_Acho melhor você ficar em casa. Vem, vamos para o quarto.
Fomos até o
quarto, Renata se sentou ao meu lado da cama e ficou me acalmando e consolando.
Vez ou outra enxugava uma lágrima que caia se me dizia coisas positivas me
dando força. Dormi e na manhã seguinte acordei cedo, liguei para Camila e pedi
para ela se dirigir a casa de Renata. Tomei banho e me arrumei para ir
trabalhar. Alguns minutos depois Camila chegou, fui conversar com ela junto com
Renata.
Cont...
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