domingo, 14 de abril de 2013

Cap. 81


Kiko: _Vivi acorda! Ai meu Deus!
Viviana: _Hã?! (Acordei zonza)
Kiko: _Graças a Deus você tá bem!
Viviana: _Ai! (Falei levando minha mão à cabeça)
Kiko: _Vou pegar um pouco de água pra você. Não sai daqui!

Kiko saiu da sala e eu fiquei ali olhando tudo. Passei a mão pelas pétalas secas das flores e senti meu coração doer. Conforme ia passando os dedos as pétalas se desprendiam do caule, olhei a minha volta e vi um pote, onde eu guardava balas de goma, vazio. O peguei e guardei as pétalas ali. Quando Kiko voltou eu estava sentada, me deu um copo com água, bebi sob o olhar preocupado dele, quando terminei ele me perguntou como estava.

Kiko: _Tá bem?
Viviana: _Com dor de cabeça.
Kiko: _Cara, você me preocupou...
Viviana: _Desculpa! É que senti uma tontura... Confesso que não tenho me alimentado direito tem um tempo.
Kiko: _Por isso fica caindo aí pelos cantos. Tem que se alimentar garota.
Viviana: _Ando numa correria danada, não tenho conseguido nem respirar.
Kiko: _Mas não pode! Anda, pega suas coisas que tô te esperando lá em baixo.

Kiko deu um beijo no topo de minha cabeça e saiu. Fiquei terminando de juntar minhas coisas, quando estava saindo da sala e vi o pote onde eu havia guardado as pétalas secas, o peguei e coloquei dentro da bolsa. Desci as escadas e encontrei Kiko na porta, saímos e trancamos a porta, entrei em seu carro e ficamos conversando.

Viviana: _Kiko, você tá me levando pra onde?
Kiko: _Como você bem disse há dias não come direito. Tô te levando pra fazer um lanche.
Viviana: _Não quero Grandão...
Kiko: _Não perguntei se você quer.
Viviana: _Ai...

Fomos para uma lanchonete fast food e sentamos numa mesa próxima a uma janela de vidro. Havia começado a chover, eu olhava as gotículas de água que respingavam enquanto pensava. Kiko se aproximou e me trouxe um lanche.

Kiko: _Esse ainda é seu preferido?
Viviana: _É sim! Ainda mais com batatas e coca zero.
Kiko: _A coca zero é pra disfarçar o resto das gordices. (Falou rindo)
Viviana: _Claro que não, seu bobo. Eu gosto mesmo.
Kiko: _Bom, só vamos embora daqui depois que você terminar de comer.
Viviana: _Sim senhor. (Falei num tom zombeteiro)
Kiko: _Mas diz o porque daquilo tudo?
Viviana: _Aquilo tudo o que?
Kiko: _Você dormindo com a camiseta do Bruno.
Viviana: _Sinto a falta dele. Não vou negar!
Kiko: _E por que não vai atrás dele?
Viviana: _Eu tentei argumentar e ele não acreditou em mim. Ele fez exatamente o que fiz quando fui embora. A gente tinha conversado e combinado de que confiaríamos um no outro depois que voltamos. Mas ele não acreditou, nem me deu um voto de confiança.
Kiko: _E agora você tá magoada.

Gesticulei com a cabeça afirmativamente enquanto dava uma mordida no meu sanduíche. Por um espaço de tempo ficamos em silêncio. Percebi que Kiko queria me dar seu ombro amigo mas estava sem graça com a situação e então comecei a falar.

Viviana: _ Quando se encontra o paraíso não se quer sair mais dele. Porém, oque fazer quando não se tem outra opção? É assim que me sinto!
Kiko: _Olha, embora esse “paraíso” (falou fazendo aspas com os dedos) seja meu irmão, ainda sou seu amigo e compadre. Pode contar comigo.
Viviana: _Eu nunca duvidei disso. Só tava, quer dizer ainda tô precisando reorganizar as coisas na minha cabeça. Minha vida virou de ponta cabeça.
Kiko: _Você tá pretendendo fazer o que?
Viviana: _Cara, a única coisa que pretendo no momento é me esforçar pela minha filha. E principalmente economizar, pois não tenho mais o seu irmão pra me ajudar financeiramente.
Kiko: _Em relação à Zoeh é obrigação dele te ajudar. Você não fez ela sozinha.
Viviana: _Por mim... (Falei fazendo pouco caso)
Kiko: _Não é por você, é pela Zoeh.
Viviana: _Aaaaah... Chega de falar no assunto Bruno.
Kiko: _Mudaremos de assunto então.

Começamos a falar sobre assuntos aleatórios. Ao terminarmos nossos lanches fomos em direção ao estacionamento. Pedi para Kiko me levar até a casa do meu pai, passei algumas horas conversando com ele e minha madrasta. Acabei contando o que havia acontecido, meu pai ao me ver questionou minhas olheiras e meu olhar perdido, não tive como escapar.

Luciana: _Vivi não fica assim. Tudo vai se acertar.
Miguel: _Tenho certeza disso.
Viviana: _Eu não tenho certeza de nada. Caramba, já são nove da noite. (Falei assustada)
Miguel: _São sim. Por quê?
Viviana: _Saí da casa de Renata ainda eram seis. Ela deve estar preocupada.
Luciana: _Liga pra ela.
Viviana: _Não, eu vou pra lá.
Miguel: _Eu te levo.

Me despedi de Luciana, dei um beijo em Mia que estava dormindo desde a hora que cheguei. Ao chegar na casa de Renata vi o olhar dela assustado sobre mim.

Renata: _Que susto garota. Da próxima vez que você sumir assim te mato. Oi pai! (Falou dando um beijo em seu rosto)
Viviana: _Credo... Eu tava com o Kiko e depois fui na casa do pai. E tô indo pro quarto que amanhã eu trabalho.

Entrei no quarto onde estava dormindo e pude ouvir Renata e meu pai conversando.

Miguel: _Você tá cuidando dela né?
Renata: _Claro. Ela tá aqui desde terça, quando aconteceu tudo.
Miguel: _Eu fico com medo do que ela pode fazer. Ela ama muito o Bruno.
Renata: _Ama demais. Mas fica tranquilo que tô cuidando dela.
Miguel: _Difícil, mas vou tentar.

Fiquei ouvindo a conversa dos dois por algum tempo e decidi ir dormir.
Uma semana se passou sem que eu falasse com Bruno. E embora fosse difícil, vi que não era impossível viver sem ele. Para amenizar a falta dele me concentrava no trabalho, nessa semana passei tanto tempo no estúdio que consegui finalizar todas as coisas pendentes e fechar uma turma.
Estava no estúdio sentada mexendo no notebook quando Liah entrou com um lanche pra mim.

Liah: _Você precisa comer!
Viviana: _Obrigada!

Cont...

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