Kiko: _Vivi
acorda! Ai meu Deus!
Viviana:
_Hã?! (Acordei zonza)
Kiko:
_Graças a Deus você tá bem!
Viviana:
_Ai! (Falei levando minha mão à cabeça)
Kiko: _Vou
pegar um pouco de água pra você. Não sai daqui!
Kiko saiu da
sala e eu fiquei ali olhando tudo. Passei a mão pelas pétalas secas das flores
e senti meu coração doer. Conforme ia passando os dedos as pétalas se
desprendiam do caule, olhei a minha volta e vi um pote, onde eu guardava balas
de goma, vazio. O peguei e guardei as pétalas ali. Quando Kiko voltou eu estava
sentada, me deu um copo com água, bebi sob o olhar preocupado dele, quando
terminei ele me perguntou como estava.
Kiko: _Tá
bem?
Viviana:
_Com dor de cabeça.
Kiko: _Cara,
você me preocupou...
Viviana:
_Desculpa! É que senti uma tontura... Confesso que não tenho me alimentado
direito tem um tempo.
Kiko: _Por
isso fica caindo aí pelos cantos. Tem que se alimentar garota.
Viviana:
_Ando numa correria danada, não tenho conseguido nem respirar.
Kiko: _Mas
não pode! Anda, pega suas coisas que tô te esperando lá em baixo.
Kiko deu um
beijo no topo de minha cabeça e saiu. Fiquei terminando de juntar minhas
coisas, quando estava saindo da sala e vi o pote onde eu havia guardado as
pétalas secas, o peguei e coloquei dentro da bolsa. Desci as escadas e
encontrei Kiko na porta, saímos e trancamos a porta, entrei em seu carro e
ficamos conversando.
Viviana:
_Kiko, você tá me levando pra onde?
Kiko: _Como
você bem disse há dias não come direito. Tô te levando pra fazer um lanche.
Viviana:
_Não quero Grandão...
Kiko: _Não
perguntei se você quer.
Viviana:
_Ai...
Fomos para
uma lanchonete fast food e sentamos numa mesa próxima a uma janela de vidro.
Havia começado a chover, eu olhava as gotículas de água que respingavam
enquanto pensava. Kiko se aproximou e me trouxe um lanche.
Kiko: _Esse
ainda é seu preferido?
Viviana: _É
sim! Ainda mais com batatas e coca zero.
Kiko: _A
coca zero é pra disfarçar o resto das gordices. (Falou rindo)
Viviana:
_Claro que não, seu bobo. Eu gosto mesmo.
Kiko: _Bom,
só vamos embora daqui depois que você terminar de comer.
Viviana:
_Sim senhor. (Falei num tom zombeteiro)
Kiko: _Mas
diz o porque daquilo tudo?
Viviana:
_Aquilo tudo o que?
Kiko: _Você
dormindo com a camiseta do Bruno.
Viviana:
_Sinto a falta dele. Não vou negar!
Kiko: _E por
que não vai atrás dele?
Viviana: _Eu
tentei argumentar e ele não acreditou em mim. Ele fez exatamente o que fiz
quando fui embora. A gente tinha conversado e combinado de que confiaríamos um
no outro depois que voltamos. Mas ele não acreditou, nem me deu um voto de
confiança.
Kiko: _E
agora você tá magoada.
Gesticulei
com a cabeça afirmativamente enquanto dava uma mordida no meu sanduíche. Por um
espaço de tempo ficamos em silêncio. Percebi que Kiko queria me dar seu ombro
amigo mas estava sem graça com a situação e então comecei a falar.
Viviana: _
Quando se encontra o paraíso não se quer sair mais dele. Porém, oque fazer
quando não se tem outra opção? É assim que me sinto!
Kiko: _Olha,
embora esse “paraíso” (falou fazendo aspas com os dedos) seja meu irmão, ainda
sou seu amigo e compadre. Pode contar comigo.
Viviana: _Eu
nunca duvidei disso. Só tava, quer dizer ainda tô precisando reorganizar as
coisas na minha cabeça. Minha vida virou de ponta cabeça.
Kiko: _Você
tá pretendendo fazer o que?
Viviana:
_Cara, a única coisa que pretendo no momento é me esforçar pela minha filha. E
principalmente economizar, pois não tenho mais o seu irmão pra me ajudar
financeiramente.
Kiko: _Em
relação à Zoeh é obrigação dele te ajudar. Você não fez ela sozinha.
Viviana:
_Por mim... (Falei fazendo pouco caso)
Kiko: _Não é
por você, é pela Zoeh.
Viviana:
_Aaaaah... Chega de falar no assunto Bruno.
Kiko:
_Mudaremos de assunto então.
Começamos a
falar sobre assuntos aleatórios. Ao terminarmos nossos lanches fomos em direção
ao estacionamento. Pedi para Kiko me levar até a casa do meu pai, passei
algumas horas conversando com ele e minha madrasta. Acabei contando o que havia
acontecido, meu pai ao me ver questionou minhas olheiras e meu olhar perdido,
não tive como escapar.
Luciana:
_Vivi não fica assim. Tudo vai se acertar.
Miguel:
_Tenho certeza disso.
Viviana: _Eu
não tenho certeza de nada. Caramba, já são nove da noite. (Falei assustada)
Miguel: _São
sim. Por quê?
Viviana:
_Saí da casa de Renata ainda eram seis. Ela deve estar preocupada.
Luciana:
_Liga pra ela.
Viviana:
_Não, eu vou pra lá.
Miguel: _Eu
te levo.
Me despedi
de Luciana, dei um beijo em Mia que estava dormindo desde a hora que cheguei.
Ao chegar na casa de Renata vi o olhar dela assustado sobre mim.
Renata: _Que
susto garota. Da próxima vez que você sumir assim te mato. Oi pai! (Falou dando
um beijo em seu rosto)
Viviana:
_Credo... Eu tava com o Kiko e depois fui na casa do pai. E tô indo pro quarto
que amanhã eu trabalho.
Entrei no
quarto onde estava dormindo e pude ouvir Renata e meu pai conversando.
Miguel: _Você
tá cuidando dela né?
Renata: _Claro.
Ela tá aqui desde terça, quando aconteceu tudo.
Miguel: _Eu
fico com medo do que ela pode fazer. Ela ama muito o Bruno.
Renata: _Ama
demais. Mas fica tranquilo que tô cuidando dela.
Miguel:
_Difícil, mas vou tentar.
Fiquei
ouvindo a conversa dos dois por algum tempo e decidi ir dormir.
Uma semana
se passou sem que eu falasse com Bruno. E embora fosse difícil, vi que não era
impossível viver sem ele. Para amenizar a falta dele me concentrava no
trabalho, nessa semana passei tanto tempo no estúdio que consegui finalizar
todas as coisas pendentes e fechar uma turma.
Estava no
estúdio sentada mexendo no notebook quando Liah entrou com um lanche pra mim.
Liah: _Você
precisa comer!
Viviana:
_Obrigada!
Cont...
Nenhum comentário:
Postar um comentário