quinta-feira, 11 de abril de 2013

Cap. 78

Viviana: _Camila, eu e o Bruno nos separamos. E por mais que eu queira muito, não tenho como te pagar.
Camila: _Te entendo... Posso te pedir uma coisa?
Viviana: _Claro.
Camila: _Bom, você sabe de todos os problemas que tenho com minha família. E também sabe que não tenho pra onde ir...
Viviana: _Você quer morar comigo?
Camila: _ Sim. Se não for te incomodar claro.
Viviana: _Por enquanto tô na casa da Rê, isso depende dela.
Renata: _Por mim tudo bem. Moro sozinha, meus irmãos foram embora. É bom ter companhia de novo.
Camila: _Obrigada!
Viviana: _Camila, não querendo abusar da sua boa vontade... Fica com a Zoeh para eu ir trabalhar?
Camila: _Fico sim.

(POV Bruno) Depois de uma noite em claro estava me sentindo um caco. Quando cheguei à casa de minha família ninguém estava acordado, nem Kiko que sempre dormia tarde. Me dirigi para meu quarto e tentei dormir sem sucesso. Toda vez que fechava os olhos imaginava Vivi me traindo com aquele cara. Como ela dizia não conhecer ele depois das fotos?! Minha cabeça estava a mil, queria chorar e não conseguia. Vi a noite virar dia ouvindo música bebendo. Tequila, vinho, whisky... Tudo que via pela frente eu bebia. De manhã cedo vi a porta do meu quarto se abrir, não prestei atenção, minha mãe se aproximou e tentou conversar comigo.

Regina: _O que faz aqui? Ouvi barulho e pensei que u dos seus irmãos tivesse aqui.
Bruno: _Não mãe. Sou eu!
Regina: _Meu filho, o que você tem?
Bruno: _Raiva, decepção, tristeza... Tudo!
Regina: _Cadê a Vivi?
Bruno: _Aquela falsa... Tudo culpa dela!
Regina: _Ei... Não comece a ofendê-la. Já disse que isso não é certo. Agora pode me explicar o que aconteceu?
Bruno: _Ontem ela saiu pra ver umas coisas de um estúdio de dança com a Patty e a Lia. Enquanto ela tava na rua recebi um envelope sem remetente, dentro tinha várias fotos dela com um cara que ela disse não conhecer. Mas mãe, ela tava deitada abraçada com ele, e vestindo pouquíssimas roupas. Como acreditar nela?!
Regina: _Sei que é difícil, mas ela nunca te deu motivos antes pra que você desconfiasse. Não seja injusto com ela.
Bruno: _Vai... Defende ela...
Regina: _Ei! Me respeita que sou sua mãe. Presta atenção como fala comigo.
Bruno: _É minha mãe, mas prefere ela.
Regina: _Não tô afim de discutir com você. Quando estiver mais calmo nos falamos.

Minha mãe saiu do quarto, magoada com minha atitude, pude perceber. Não era certo o que eu havia feito, mas estava fora de mim. Fui ao banheiro, tomei banho e desci. Tomei café da manhã com minha família, todos estavam estranhando minha presença, exceto minha mãe, mas ninguém me perguntou o porquê de eu estar ali. Talvez minha mãe já tivesse dito o motivo.

Leandro: _Bruno, bora lá na academia treinar?
Bruno: _Hum... Melhor não. Deixa pra outro dia.
Leandro: _Você que sabe. (Falou se levantando da mesa)
Kiko: _Então bora pro estúdio comigo.
Bruno: _Não, valeu.

Me levantei e fui em direção à sala, pude ouvir a conversa entre ele.

Kiko: _O que o “Cabeça” tem?
Leandro: _É... Tá estranho.
Regina: _Brigou com a Vivi.
Bruno: _BRIGUEI NÃO! A GENTE SE SEPAROU, ACABOU TUDO!

Falei alterado e me tranquei em meu quarto. Ao fechar a porta vi uma foto minha com Vivi. Ela estava em minhas costas com um sorriso encantador, cabelos aos ventos e mãos em meus peitos. Reprimi meus pensamentos, não deveria ter esses pensamentos, não com ela. Acabei dormindo em meio aos meus pensamentos. Ao acordar percebi que o dia estava acabando. Decidi me sentar no jardim, peguei meu violão e fui. A noite estava estrelada e bonita, porém para mim havia perdido o brilho. Foi inevitável pensar que se estivesse acompanhado de Vivi estaríamos namorando, nos beijando e provavelmente acabaríamos na cama. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas meus pensamentos se enraiveceram ao lembrar das imagens das fotos.

Kiko: _Bruno! (Disse interrompendo meus pensamentos)
Bruno: _Fala. (Respondi desanimado)
Kiko: _Sei que você não quer falar do assunto, só vim aqui oferecer meu ombro amigo.
Bruno: _Obrigado! Não sei o que fazer da vida!
Kiko: _Vai atrás dela, ela é a mulher da sua vida.
Bruno: _Não vou. Estou sentindo falta da Zoeh me abraçando, correndo, gritando...
Kiko: _Só da Zoeh?
Bruno: _Sim. Por quê?
Kiko: _Eu e você sabemos que isso é mentira, mas se quer se enganar vá em frente. Cara, sei que não quer falar nela, mas pensa em tudo que viveram, cada luta pra ficarem juntos... Daqui a um pouco mais de um mês é aniversário da sua filha. Já imaginou a possibilidade dela estar com outro, porque essas suas atitudes vão te afastar dela. (Se levantou)
Bruno: _Sei o que estou fazendo!
Kiko: _Você não sabe, acha que sabe. Talvez pense assim por ser mais confortável. (Se retirou)

Ao ouvir tais palavras visualizei Vivi com outro, foi com um punhal em meu peito. Pensei, se ela arrumasse outro eu também poderia. Sabia que estava sendo mesquinho, mas usava aquilo com autodefesa, como proteção para não sofrer além do que estava sofrendo, a traição me deixou sem chão. As imagens das fotos, as minhas suposições de como havia acontecido tudo, saber que ela foi de outro, mesmo que por instantes me feria, me diminuía. Me senti menos homem com aquilo. Se eu não estava a correspondendo sexualmente porque não me disse? Algo estava muito errado na história, mas ainda assim não mudava os fatos. A traição aconteceu.
Como Vivi pode ser tão baixa? Como pode me trair depois de jurar tanto amor? Ela mesma dizia, “quem ama não trai, se trai é sinal de que não é amor e sim atração, no máximo um gostar, mas não amor”, a atitude não correspondia ao seu raciocínio, mas não tinha como negar, ela havia me traído. Tantas vezes ela me pediu para não traí-la, para que seu eu desejasse outra mulher fosse honesto com ela e lhe dissesse. Nunca desejei outra senão ela e achava que ela também desejasse somente a mim, mas me enganei, no entanto. Doía saber de tudo, mas não demonstraria pra ela, ela não merecia.

Cont...

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