Viviana:
_Camila, eu e o Bruno nos separamos. E por mais que eu queira muito, não tenho
como te pagar.
Camila: _Te
entendo... Posso te pedir uma coisa?
Viviana:
_Claro.
Camila:
_Bom, você sabe de todos os problemas que tenho com minha família. E também
sabe que não tenho pra onde ir...
Viviana:
_Você quer morar comigo?
Camila: _
Sim. Se não for te incomodar claro.
Viviana:
_Por enquanto tô na casa da Rê, isso depende dela.
Renata: _Por
mim tudo bem. Moro sozinha, meus irmãos foram embora. É bom ter companhia de
novo.
Camila:
_Obrigada!
Viviana:
_Camila, não querendo abusar da sua boa vontade... Fica com a Zoeh para eu ir
trabalhar?
Camila:
_Fico sim.
(POV Bruno)
Depois de uma noite em claro estava me sentindo um caco. Quando cheguei à casa
de minha família ninguém estava acordado, nem Kiko que sempre dormia tarde. Me
dirigi para meu quarto e tentei dormir sem sucesso. Toda vez que fechava os
olhos imaginava Vivi me traindo com aquele cara. Como ela dizia não conhecer
ele depois das fotos?! Minha cabeça estava a mil, queria chorar e não
conseguia. Vi a noite virar dia ouvindo música bebendo. Tequila, vinho,
whisky... Tudo que via pela frente eu bebia. De manhã cedo vi a porta do meu
quarto se abrir, não prestei atenção, minha mãe se aproximou e tentou conversar
comigo.
Regina: _O
que faz aqui? Ouvi barulho e pensei que u dos seus irmãos tivesse aqui.
Bruno: _Não
mãe. Sou eu!
Regina: _Meu
filho, o que você tem?
Bruno:
_Raiva, decepção, tristeza... Tudo!
Regina:
_Cadê a Vivi?
Bruno:
_Aquela falsa... Tudo culpa dela!
Regina:
_Ei... Não comece a ofendê-la. Já disse que isso não é certo. Agora pode me
explicar o que aconteceu?
Bruno:
_Ontem ela saiu pra ver umas coisas de um estúdio de dança com a Patty e a Lia.
Enquanto ela tava na rua recebi um envelope sem remetente, dentro tinha várias
fotos dela com um cara que ela disse não conhecer. Mas mãe, ela tava deitada
abraçada com ele, e vestindo pouquíssimas roupas. Como acreditar nela?!
Regina: _Sei
que é difícil, mas ela nunca te deu motivos antes pra que você desconfiasse.
Não seja injusto com ela.
Bruno:
_Vai... Defende ela...
Regina: _Ei!
Me respeita que sou sua mãe. Presta atenção como fala comigo.
Bruno: _É
minha mãe, mas prefere ela.
Regina: _Não
tô afim de discutir com você. Quando estiver mais calmo nos falamos.
Minha mãe
saiu do quarto, magoada com minha atitude, pude perceber. Não era certo o que
eu havia feito, mas estava fora de mim. Fui ao banheiro, tomei banho e desci.
Tomei café da manhã com minha família, todos estavam estranhando minha
presença, exceto minha mãe, mas ninguém me perguntou o porquê de eu estar ali.
Talvez minha mãe já tivesse dito o motivo.
Leandro:
_Bruno, bora lá na academia treinar?
Bruno:
_Hum... Melhor não. Deixa pra outro dia.
Leandro:
_Você que sabe. (Falou se levantando da mesa)
Kiko: _Então
bora pro estúdio comigo.
Bruno: _Não,
valeu.
Me levantei
e fui em direção à sala, pude ouvir a conversa entre ele.
Kiko: _O que
o “Cabeça” tem?
Leandro:
_É... Tá estranho.
Regina:
_Brigou com a Vivi.
Bruno:
_BRIGUEI NÃO! A GENTE SE SEPAROU, ACABOU TUDO!
Falei
alterado e me tranquei em meu quarto. Ao fechar a porta vi uma foto minha com
Vivi. Ela estava em minhas costas com um sorriso encantador, cabelos aos ventos
e mãos em meus peitos. Reprimi meus pensamentos, não deveria ter esses
pensamentos, não com ela. Acabei dormindo em meio aos meus pensamentos. Ao
acordar percebi que o dia estava acabando. Decidi me sentar no jardim, peguei
meu violão e fui. A noite estava estrelada e bonita, porém para mim havia
perdido o brilho. Foi inevitável pensar que se estivesse acompanhado de Vivi
estaríamos namorando, nos beijando e provavelmente acabaríamos na cama. Meus
olhos se encheram de lágrimas, mas meus pensamentos se enraiveceram ao lembrar
das imagens das fotos.
Kiko:
_Bruno! (Disse interrompendo meus pensamentos)
Bruno: _Fala.
(Respondi desanimado)
Kiko: _Sei
que você não quer falar do assunto, só vim aqui oferecer meu ombro amigo.
Bruno:
_Obrigado! Não sei o que fazer da vida!
Kiko: _Vai
atrás dela, ela é a mulher da sua vida.
Bruno: _Não
vou. Estou sentindo falta da Zoeh me abraçando, correndo, gritando...
Kiko: _Só da
Zoeh?
Bruno: _Sim.
Por quê?
Kiko: _Eu e
você sabemos que isso é mentira, mas se quer se enganar vá em frente. Cara, sei
que não quer falar nela, mas pensa em tudo que viveram, cada luta pra ficarem
juntos... Daqui a um pouco mais de um mês é aniversário da sua filha. Já
imaginou a possibilidade dela estar com outro, porque essas suas atitudes vão
te afastar dela. (Se levantou)
Bruno: _Sei
o que estou fazendo!
Kiko: _Você
não sabe, acha que sabe. Talvez pense assim por ser mais confortável. (Se
retirou)
Ao ouvir
tais palavras visualizei Vivi com outro, foi com um punhal em meu peito.
Pensei, se ela arrumasse outro eu também poderia. Sabia que estava sendo
mesquinho, mas usava aquilo com autodefesa, como proteção para não sofrer além
do que estava sofrendo, a traição me deixou sem chão. As imagens das fotos, as
minhas suposições de como havia acontecido tudo, saber que ela foi de outro,
mesmo que por instantes me feria, me diminuía. Me senti menos homem com aquilo.
Se eu não estava a correspondendo sexualmente porque não me disse? Algo estava
muito errado na história, mas ainda assim não mudava os fatos. A traição
aconteceu.
Como Vivi
pode ser tão baixa? Como pode me trair depois de jurar tanto amor? Ela mesma
dizia, “quem ama não trai, se trai é sinal de que não é amor e sim atração, no
máximo um gostar, mas não amor”, a atitude não correspondia ao seu raciocínio,
mas não tinha como negar, ela havia me traído. Tantas vezes ela me pediu para
não traí-la, para que seu eu desejasse outra mulher fosse honesto com ela e lhe
dissesse. Nunca desejei outra senão ela e achava que ela também desejasse
somente a mim, mas me enganei, no entanto. Doía saber de tudo, mas não
demonstraria pra ela, ela não merecia.
Cont...
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